Capital erótico
A preocupação com a arte de seduzir começa muito cedo nos seres humanos. Desde a infância já podemos notar a presença desse exercício no que tange ao convívio familiar - em ambos os sexos.
Meninas e meninos totalmente fascinados pelas respectivas figuras paternas e maternas.
Esse comportamento vem sendo objeto de estudos e é considerado absolutamente normal, inclusive no encaminhamento da futura sexualidade saudável de cada um.
Com a chegada da adolescência, com sua exuberância hormonal, esse exercício de sedução chega ao seu ápice, já agora dirigido a objetos de amor bem definidos, e assim permanece por longos anos de nossas vidas.
É quando, em grande parte, se constrói a nossa bagagem afetiva, carregada de erros, acertos, encantos e desencantos.
Com a chegada da menopausa nas mulheres e do declínio do vigor sexual dos homens (por alguns chamados de andropausa) a insidiosa perda progressiva da sedução, começa a preocupar ambos os sexos.
Nas mulheres a preocupação é maior que nos homens, uma vez que, durante milênios, elas foram criadas apenas para seduzir e obedecer.
O mundo moderno, graças às inúmeras solicitações e transformações socioeconômicas, vem mudando drasticamente esse comportamento.
Já encontramos algumas mulheres maduras, especialmente as mais antenadas, que se preocupam, além do capital erótico, com várias outras “commodities”: inteligência, talento, atitude, postura, segurança. Conseguem, assim, permanecerem como seres extremamente interessantes e sensuais,
Seios mais flácidos, cintura menos marcada, abdômen mais proeminentes e glúteos menos rígidos, não são bem aceitos pela nossa vigente sociedade de consumo.
Disso decorre que, na maioria dos casos, nessa fase da vida, há uma busca desesperada pelas plásticas, pelos cremes rejuvenecedores, pelas academias e toda uma parafernália sugerida pela mídia com a promessa fantasiosa de um retorno à juventude.
Os homens, outrora menos preocupados com a estética, e mais com o sucesso econômico e com a sede de poder, já começam também a serem atraídos pela indústria da beleza e dos falsos valores físicos que tanto atormentam os mais desavisados.
A perda progressiva do poder de sedução através do corpo físico, geralmente acarreta distúrbios emocionais os mais variados e, em alguns casos, leva à depressão profunda, acelerando assim o processo de envelhecimento, que é um estágio normal para toda a humanidade.
“Se uma mulher tem brilho nos olhos, nenhum homem irá reparar se ela tem rugas em volta deles”.
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