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Opinião
Quarta - 06 de Outubro de 2010 às 17:58
Por: Lourembergue Alves

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Domingo, quase segunda-feira, chegava ao final à apuração dos votos registrados para os postulantes ao governo mato-grossense. Alegrias e tristezas tomaram conta de candidatos e apoiadores de campanhas. O resultado, entretanto, era implacável. Penalizou quem cometeu mais erros e beneficiou aqueles que erraram em menor número. De todo modo, havia outro retrato. Bastante diferente do que sonhara a oposição. Até porque os oposicionistas esperavam levar a decisão para o segundo turno, e, neste, poderem se juntar oficialmente suas forças. Muito próxima daquilo que se viu durante os debates, quando o socialista e o tucano miraram a um único alvo. 

Os ataques, contudo, não foram aceitos pelo eleitorado. Mas a miopia política impedia que os oposicionistas percebessem os sinais advindos da sociedade, e, por conta disso, eles continuaram com a mesma tática, o do denuncismo como instrumento para desestabilizar o peemedebista e, ao mesmo tempo, seduzirem os eleitores indecisos que, naquela oportunidade, era muitíssimo grande.

Estratégia que teve a sua importância, pois ajudou no crescimento do socialista-candidato e podou, de certo modo, a queda maior do peessedebista. Porém, essa mesma estratégia se mostrava insuficiente para promover a virada do jogo. Pois vinham desacompanhadas de programas capazes de “resolverem” ou “solucionarem” os desacertos identificados na então administração regional. Isso não passou despercebido de uma fatia importante do eleitorado. Tanto que o governador e candidato a reeleição mantinha-se à frente na pesquisa. Todos os institutos de pesquisas acabaram por identificar essa situação.

Tratava-se, então, de uma liderança consolidada. Aquela do peemedebista. Talvez porque a ala governista se encontrava bem segura do seu propósito. Embora tenha vacilado, e quase “botou tudo a perder” no último dia do horário político-eleitoral, quando apresentou, em vídeo, o depoimento da viúva de alguém morto no trabalho. Apercebeu-se do erro cometido a tempo, e, à noite, veio com o programa que deveria ter mostrado ao meio dia. Desta feita, um programa propositivo, que se somou ao clima de agradecimento e de pedido de votos.

Foram 51,21% dos votos válidos para a disputa ao governo do Estado, contra 31,85% do socialista, 16,55% do tucano e 0,39% do representante do PSOL. 

Surgia-se, daí, a vitória ainda em primeiro turno. Superava, assim, o discurso da “continuidade com a mudança”. Até porque “mudança alguma parte do zero”. Mas, isto sim, inicia-se de ações que vêm dando certo. Porém, são as que não surtiram o efeito desejado, que devem ser substituídas, ou expurgadas em favor de outras, mais certeiras, ainda que necessitem ser revisadas. 

Quadro não entendido pelo socialista, nem pelo tucano. Também, pudera, eles voltavam toda a atenção para o adversário, quando deveriam rever o próprio discurso e a própria estratégia de campanha. Trocar marqueteiro não significava, necessariamente, estarem atento as coisas que amarravam suas candidaturas. Estas cresceram, sobretudo a do socialista. Mas não o bastante para empurrar a decisão mais adiante. 

31 de outubro ficou tão somente para se decidir quem será o presidente da República. Para o governo estadual, o eleitorado mato-grossense preferiu dar a disputa por encerrada. Sonhos da oposição foram desfeitos, ou pelo menos adiando para 2014; enquanto os do peemedebista começam a ser realizados.    


Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Loimau.alves@uol.com.br



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