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Opinião
Segunda - 01 de Novembro de 2010 às 22:37
Por: Dirceu Cardoso Gonçalves

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Em 510 anos de existência, pela primeira vez, o Brasil elege uma mulher para a chefia do governo. Novidade tão grande quanto a de oito anos atrás, quando foi eleito o primeiro trabalhador. São eventos merecedores de registro porque podem representar a oxigenação da sociedade e a possibilidade de novos caminhos para a vida político-administrativa nacional. O ano de 2010 foi atípico. Teve a Copa do Mundo e, logo em seguida, o período eleitoral, que transcorreu com pendências judiciais e momentos de tensão, mas chegou ao fim com avanços como a realização de eleições tranqüilas e, principalmente, a validação do instituto da Ficha Limpa, que retira os condenados do cenário eleitoral.

Passado o embate e a luta pelo voto, a esperança é de que os eleitos cumpram as promessas feitas na conquista ao eleitorado, e os não eleitos assumam o papel de oposição construtiva, jamais se esquecendo do que também prometeram. Mesmo sem conseguir a eleição, o candidato é portador da vontade de todos aqueles que nele votaram, e não pode decepcioná-los. O justo e honesto a fazer é continuar a militância através das instâncias partidárias e de órgãos da sociedade civil para, por esses meios, fiscalizar e auxiliar as ações do governo. Podem, inclusive, apoiar os parlamentares eleitos no desempenho de suas tarefas.

As eleições servem apenas como forma de, através da maioria da população, escolher os governantes e os representantes nas casas legislativas. Há um número determinado de vagas e, felizmente, um contingente muito maior de pretendentes. Os que conseguem se eleger ficam com a tarefa de trabalhar na administração pública e na legislação. Os não eleitos, se sinceros nos propósitos apresentados em campanha, não podem nem devem abandonar a militância. Afinal, o povo a quem prometeu defender continua carecendo de sua inteligência e empenho. Também não devem esquecer que, dentro de dois anos haverá outra eleição – a municipal – e, em quatro, as novas eleições gerais para os cargos agora disputados. Só o mandato de senador é de oito anos, mas em 2014 um terço deles (eleitos em 2006) também serão renovados.

Eleitos e não eleitos devem levar em consideração que de novo temos, a partir de agora, só os novos ocupantes dos cargos – presidente, governador, senador e deputado (federal e estadual). O Brasil, o povo e os desafios continuam os mesmos de antes. Melhor de distribuição de renda, trabalho, saúde, educação, moradia segurança pública e oportunidades. Lutar em busca desses objetivos é a obrigação de todos, vencedores, vencidos e até dos indiferentes à política. São questões de responsabilidade e  sobrevivência nacional...

 
Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)

aspomilpm@terra.com.br 



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