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Um E-MAIL Provocativo
Neste ano, a exemplo de tantos outros, os meios de comunicação destinaram espaços enormes a disputa eleitoral. Foram editoriais, artigos, notícias, entrevistas, debates, etc., etc. Espaços necessários e imprescindíveis para o processo. Nada, entretanto, foi dito sobre o trabalho desempenhado pelos mesários. Aqueles que, por conta da convocação da Justiça Eleitoral, passam um dia e até dois, no caso de haver segundo turno, a receber os eleitores em suas respectivas sessões de votação. Contribuição significativa, sem a qual dificilmente os TREs teriam a desenvoltura que tem.
Os mesários, contudo, não são valorizados como deveriam ser. Aliás, recentemente, esta coluna recebeu um e-mail, cujo conteúdo é a fotografia de como eles são, de fato, tratados. Diz a referida correspondência: “não agüento mais (...) a falta de estrutura (...) É água quente, café frio, sala com ventilador desligado ou que não funciona, comida fria e, às vezes, estragada”. A propósito, “na eleição do primeiro turno, quem trabalhou na Escola André Luiz, no bairro Consil, recebeu comida estragada”. Nenhuma linha sobre esse caso, entretanto, foi divulgada pela mídia. Tampouco houve um pedido desculpa por parte do Tribunal.
Denúncias gravíssimas. O que deixa mais triste, porém, é o fato de que ninguém traz tais episódios para a mesa de discussão. Muito menos, é claro, a Justiça Eleitoral. Aliás, sobre isso, o dito e-mail pondera: “Por que a mídia não os divulga? Ah! Não sabia? Será mesmo? Fala sério! E o TRE? Será que não tem dinheiro? Qual é a justificativa dessa vez?”
Questões ignoradas. Ignoram-nas, quando deveriam ser levadas em consideração, e, a partir de então, resolver os problemas realçados pelo e-mail recebido. Mas não é isso que se vê. O ignorar, infelizmente, serve de argamassa para assentar os tijolos da maquiagem, por onde consolida o discurso do “tudo bem”, até mesmo para evitar que se exija alguma mudança.
Situação complicada. Ainda mais agravada, quando se sabe do desconforto proporcionado pelas salas de aula que servem de sessões eleitorais. Bem mais para quem, na verdade, passa o dia todo no seu interior, sem que haja qualquer esperança de melhorias. Pois, na próxima eleição, tudo é igualzinho como foi neste ano. Certamente, por isso, uma porção de mesários de hoje não gostaria de retornar em 2012, nem período nenhum, acrescenta o e-mail.
De todo modo, cabe aqui dizer que os mesários merecem respeito, além de terem valorizado o trabalho realizado. Até mesmo porque a imensa maioria dos mesários, inclusive o autor do e-mail, vê na atividade no dia da eleição uma “espécie de exercício de cidadania”.
Exercício que ajuda, sobremaneira, na fiscalização e no acompanhamento das eleições. O que contribui, imensamente, para a igualdade da disputa. Exigência da própria democracia. Então, o porquê não oferecer um melhor espaço para que os mesários possam desempenhar, e bem, as funções a serem desempenhadas. Com a palavra, a Justiça Eleitoral.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
Os mesários, contudo, não são valorizados como deveriam ser. Aliás, recentemente, esta coluna recebeu um e-mail, cujo conteúdo é a fotografia de como eles são, de fato, tratados. Diz a referida correspondência: “não agüento mais (...) a falta de estrutura (...) É água quente, café frio, sala com ventilador desligado ou que não funciona, comida fria e, às vezes, estragada”. A propósito, “na eleição do primeiro turno, quem trabalhou na Escola André Luiz, no bairro Consil, recebeu comida estragada”. Nenhuma linha sobre esse caso, entretanto, foi divulgada pela mídia. Tampouco houve um pedido desculpa por parte do Tribunal.
Denúncias gravíssimas. O que deixa mais triste, porém, é o fato de que ninguém traz tais episódios para a mesa de discussão. Muito menos, é claro, a Justiça Eleitoral. Aliás, sobre isso, o dito e-mail pondera: “Por que a mídia não os divulga? Ah! Não sabia? Será mesmo? Fala sério! E o TRE? Será que não tem dinheiro? Qual é a justificativa dessa vez?”
Questões ignoradas. Ignoram-nas, quando deveriam ser levadas em consideração, e, a partir de então, resolver os problemas realçados pelo e-mail recebido. Mas não é isso que se vê. O ignorar, infelizmente, serve de argamassa para assentar os tijolos da maquiagem, por onde consolida o discurso do “tudo bem”, até mesmo para evitar que se exija alguma mudança.
Situação complicada. Ainda mais agravada, quando se sabe do desconforto proporcionado pelas salas de aula que servem de sessões eleitorais. Bem mais para quem, na verdade, passa o dia todo no seu interior, sem que haja qualquer esperança de melhorias. Pois, na próxima eleição, tudo é igualzinho como foi neste ano. Certamente, por isso, uma porção de mesários de hoje não gostaria de retornar em 2012, nem período nenhum, acrescenta o e-mail.
De todo modo, cabe aqui dizer que os mesários merecem respeito, além de terem valorizado o trabalho realizado. Até mesmo porque a imensa maioria dos mesários, inclusive o autor do e-mail, vê na atividade no dia da eleição uma “espécie de exercício de cidadania”.
Exercício que ajuda, sobremaneira, na fiscalização e no acompanhamento das eleições. O que contribui, imensamente, para a igualdade da disputa. Exigência da própria democracia. Então, o porquê não oferecer um melhor espaço para que os mesários possam desempenhar, e bem, as funções a serem desempenhadas. Com a palavra, a Justiça Eleitoral.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
URL Fonte: https://arenapolisnews.com.br/artigo/716/visualizar/
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