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Opinião
Sexta - 03 de Dezembro de 2010 às 09:52
Por: Eduardo Póvoas

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Existem palavras que a gente nunca se cansará de pronunciar. A mais doce de todas, a que mais usamos, a que mais clamamos e mesmos os agnósticos a pronunciam com muita freqüência, é DEUS!

A segunda, em minha opinião, é MÃE! Como sai fácil, como é fácil de ser pronunciada, como é sonoro, delicado e angelical abrir os lábios para sussurrar essa mágica palavra.

A terceira é PAI! Esteio, termômetro, referencia, orientador, timoneiro e o chefe da família.

Dessas três, determinou Deus que, de um tempo para cá, me restasse só uma a pronunciar, pois há alguns anos chamou para o seu lado meu pai e minha mãe. Mesmo idosos e acreditando como católico, na vida eterna, confesso-lhes que até hoje é muito difícil acostumar com essas perdas. Ficaria o meu Deus sobrecarregado se não tivesse uma quarta, importantíssima para mim, presenteada por Ele e que tem me dado força e coragem para continuar a viver.

São eles, meus velhos e queridos AMIGOS. Amigos de todos os bairros, de todas as escolas e de todos os campinhos de pelada de Cuiabá. Amigos e colegas do Colégio Estadual de Mato Grosso, que pelos corredores enormes da escola, durante os cinco dias da semana fazíamos nosso pequeno “recreio” à espera da chegada dos inigualáveis mestres que nos traziam com muito carinho e disposição as matérias de suas aulas.

Amigos e colegas que juntos íamos para o campo de futebol para jogarmos nossa tradicional peladinha.

Amigos e colegas que na falta de um professor, convencíamos um colega que tinha um jipe Toyota e íamos jogar futebol de salão na quadra do Clube Náutico, (uma das poucas da cidade) e após o futebol um delicioso banho no rio Cuiabá.
Amigos que à noite reuníamos no bar do Sinfrônio para chupar picolé de groselha, sem dúvida nenhuma o melhor do Brasil.

Amigos e colegas de futebol do velho e tradicional estádio Presidente Dutra onde a rivalidade entre nossas equipes da época ultrapassava nossos limites urbanos.
Amigos e colegas se reunindo às 13 horas na matine do Cine Teatro Cuiabá, cada um com um “montão” de gibi em baixo do braço esperando outro amigo para trocar revista.
Amigos e colegas do “footing” da Praça Alencastro aos domingos à noite após saborear um delicioso sorvete do Seror.

Amigos das longas noites de paqueras no Bamboliche ou no Bar do Beto.
Amigos e colegas dos carnavais do Clube Náutico, do Feminino ou do Dom Bosco.
Amigos que dançavam ao som de Jacildo, Neurozito, Bolinha, Dito Twist, nas inesquecíveis domingueiras dançantes desses clubes.

Estes, muitos destes, amigos de todas as horas, reúnem-se todo quinze de novembro para matar saudade das nossas traquinices do passado. Graças à iniciativa feliz de Glauco, Darcy Avelino e Antonio Gonçalo,(nosso amigo Totó) podemos todos os anos nos encontrar para com os olhos vermelhos e cheios de lágrimas, revivermos nosso passado cheio de recordações.

Se Deus me ajudar, essa quarta “mágica” palavra, (AMIGO), vou poder continuar por longos e longos anos a pronunciá-la, pois durante toda minha vida soube trata-la com respeito e dignidade.

Feliz, e abençoado por ter um rol enorme deles, faço questão absoluta de lutar diuturnamente para que, nos nossos encontros, ainda possamos com saúde e lucidez, trocar as deliciosas lembranças da nossa querida Cuiabá de outrora.


Eduardo Póvoas
-Cuiabano



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