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Opinião
Domingo - 05 de Dezembro de 2010 às 04:27
Por: Eduardo Gomes

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Mais de quatro décadas. Esse é o tempo da minha relação com Rondonópolis, que na sexta-feira, 10, comemora 57 anos. Essa aniversariante envolvente se revela mais sedutora a cada nascer do sol que a faz quase tão quente quanto o calor humano da gente rondonopolitana quer seja nascida de suas entranhas ou não.

Às vésperas do grande dia, a população não se preocupa com inaugurações de obras públicas, tão exploradas politicamente nessas ocasiões. Cidade de nariz arrebitado e com indisfarçável quê de liderança, Rondonópolis sempre quer mais. Nesse momento seus olhos se voltam para a construção dos trilhos da ferrovia, que avançam de Alto Araguaia em sua direção, e para o horizonte em busca da sigla AGCO – a multinacional dona no Brasil das marcas de tratores e equipamentos agrícolas Challenger, Fendt, Valtra e Massey Ferguson.

Progresso não se faz atendendo apenas demandas elementares da cidade. O entendimento rondonopolitano é lógico: para avançar é preciso bem mais. Rondonópolis tem certeza que na safra 2011/12 escutará o apito do trem. Sabe que a chegada dos trilhos significará a construção de uma planta da AGCO, que fabricará na cidade um trator agrícola médio para o Mercosul, e que somente ainda não o produz porque falta ferrovia para transporte de bobinas e chapas de aço.

A ferrovia não se resumirá no terminal de embarque de commodities para Santos. Em sentido inverso transportará combustível de Paulínia e cargas fracionadas para Mato Grosso; itens de acionaria para a AGCO; e essa logística criará rota rodoferroviária com a BR-163 para o multimodal São Paulo-Zona Franca de Manaus, com ponto de transbordo em Rondonópolis, o que retirará a pressão ambiental da navegação de comboios de chatas no trecho do Amazonas entre Belém e Santarém.

Os trilhos exigirão reforço da malha rodoviária para assegurar o embarque estimado de 7,5 milhões de toneladas agrícolas anuais. Isso se traduz na complementação da ligação asfáltica de Nova Ubiratã a Paranatinga, na pavimentação da MT-110 de Guiratinga a BR-070 e na modernização da MT-130 na sua ligação com Primavera do Leste.

O cenário está montado para o grande salto econômico. A terra do meu sobrinho Agenor Vieira de Andrade Neto e dos meus filhos Luiz Eduardo e Agenor se transformará em metrópole industrial, com ótima logística de transporte e sem perder o título de polo do agronegócio no Centro-Oeste. Aos que promovem desenvolvimento e ao prefeito Zé Carlos do Pátio, meus parabéns pelo legado que deixarão às futuras gerações.


Eduardo Gomes
é jornalista
eduardo@diariodecuiaba.com.br



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