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Opinião
Segunda - 06 de Dezembro de 2010 às 02:03
Por: Mario Eugenio Saturno

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Há um ano, escrevi um artigo sobre um programa de combate ao roubo de carros nos Estados Unidos da América, chamado de "Bait Car" (carro-isca). Utilizam um carro equipado com equipamentos para prender os ladrões. Foi muito interessante a reação dos leitores, alguns até argumentaram que as leis brasileiras não permitiam. Porém, a DIG, Delegacia de Investigações Gerais, da Polícia Civil de Jundiaí, está usando esse tipo de tecnologia para combater o furto de veículos. Creio que montaram um arcabouço jurídico para enfrentar a situação.

Carros são colocados em pontos onde o índice de furto e roubo é alto. Cedo ou tarde, algum veículo será furtado. Então, o rastreador que transmite a localização do carro em tempo real, mostrará, via satélite, onde o carro está. Com isso, a Polícia espera chegar ao receptador ou ao desmanche. Esse tipo de aparelho custa certa de três mil reais e foi comprado por três investigadores por iniciativa e custeio próprios. Algo lamentável em um Estado rico como o de São Paulo. Os funcionários públicos paulistas dão exemplo de dedicação ao serviço público. Esperemos dos políticos a mesma atitude republicana. Prefeituras ricas como a de São José dos Campos, Campinas, Ribeirão Preto etc., poderia tomar a iniciativa e bancar esse custo ínfimo.

Esse tipo de combate ao crime começou em 1996, quando a Assembléia de Minnesota, EUA, criou um programa para a prevenção de roubo de carros, custeado por uma taxa de um dólar por veiculo por ano. Esse Fundo deveria ser utilizado na prevenção e é distribuído entre as cidades do Estado. Em 1998, a cidade de Minneapolis desenvolveu o programa de um carro-isca, em inglês, "Bait Car", que consiste de veículos, os tipos mais roubados, e de uma eletrônica anti-roubo moderna, incluindo monitoramento por GPS, transmissor de áudio e vídeo e desativação remota.

Então, o carro-isca é deixado em uma área que apresente um alto índice de roubos. Muitas vezes o veiculo é deixado aberto e com as chaves no contato. Ao ser roubado, os policiais são acionados e se iniciam os procedimentos para se capturar o ladrão. Com a transmissão das imagens e áudio, os policiais podem verificar a quantidade de ladrões e se estão armados, além da gravação ser uma prova material. Quando encontram um local adequado, desativam o motor, trancam as portas e efetuam a prisão.

O programa de Minneapolis foi copiado por outras cidades e estados. Porém, foi em British Columbia que o programa fez sucesso. Neste estado, o furto de carros, que é cometido por viciados em droga, ou seja, são crimes cometidos para se comprar drogas, principalmente na grande Vancouver. Em 2004, o número de roubos caiu 47%. Talvez o medo na bandidagem seja pela divulgação na TV e na internet: www.baitcar.com. Outra curiosidade, muitos carros utilizados como isca são doados por seguradoras e empresas que querem colaborar.


Mario Eugenio Saturno
, de Bariloche - Argentina, é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), professor universitário e congregado mariano. (mariosaturno@uol.com.br)



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