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Opinião
Terça - 14 de Dezembro de 2010 às 00:51
Por: Dirceu Cardoso Gonçalves

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O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro sofreu achatamento no último trimestre, crescendo apenas 0,5% em relação aos três meses anteriores. O fenômeno é devido ao recuo de 1,3% na atividade industrial causado, entre outras razões, pelas baixas cotações do dólar, que tornam os produtos importados mais baratos do que os simulares nacionais. Mesmo assim, os especialistas ainda prevêem que o país feche o ano com 7,5 a 8% de crescimento, a maior desde os anos 80.

A cotação do dólar tem provocado enormes estragos ao redor do mundo, devido as manobras que os EUA, o Japão e outras economias fortes realizam como instrumento de superação da crise que os abateu em 2008-09. Inundam de dinheiro o mercado, esse capital reduz o valor da moeda e sai desequilibrando tudo aquilo que é lastreado em dólar. O Brasil, que enfrentou a crise através desoneração fiscal para produtos industriais e da expansão do consumo, acaba sofrendo agora porque não consegue colocar seus produtos no mercado de exportação e ainda é atacado no mercado interno pelas mercadorias importadas com o dólar barato. O primeiro resultado é a retração industrial, com a perda de postos de trabalho e todas as suas conseqüências em cascata.

O povo brasileiro escolheu, nas últimas eleições, manter o PT no governo. O principal recado das urnas é que o eleitor nacional opta pela continuidade das políticas desenvolvidas nos últimos oito anos. Tanto que, votou em massa em Dilma para suceder a Lula. Uma das razões largamente exploradas em campanha é que, no governo desde o seu começo, Dilma foi a mais influente ministra, tomando parte de todas as decisões governamentais e dos atos que trouxeram o país até o estágio favorável em que nos encontramos.

Dentro do raciocínio continuísta, é de se supor que a presidenta tenha no bolso de seu casaco as fórmulas para enfrentar as dificuldades como a freada industrial, as oscilações na agricultura e outras que hoje inibem o Brasil de voar em céu de brigadeiro. Com certeza, o remédio não deve ser o mesmo sazonal da redução de impostos e estímulo ao consumo, utilizado no enfrentamento da crise internacional. Mas algo deverá existir.

Todo brasileiro, até mesmo os que não votaram em Dilma, torcem para que seu governo deslanche e consiga trazer a prometida prosperidade e a felicidade geral da nação. As primeiras falas de seus auxiliares econômicos têm sido preocupantes. Eles parecem não terem entendido que foram chamados a colaborar para a continuidade do atual governo, que voa de vento a favor. A presidenta precisa (e deve) informá-los disso com a máxima urgência e nunca se esquecer de que é a depositária da confiança e dos sonhos de toda a população. E que arrocho ou desaceleração econômica não fazem parte do programa. O povo quer viver bem e crescer com o país. Tudo que estiver diferente disso, não confere com sua opção das últimas eleições...


Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)

aspomilpm@terra.com.br  



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