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Opinião
Quarta - 15 de Dezembro de 2010 às 02:10
Por: Ermerson de Sá

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A celebração do Natal de Jesus foi instituída oficialmente pelo Papa Libério, no ano 354 d.C..
Segundo estudos, a data de 25 de dezembro não é a data real do nascimento de Jesus. A Igreja entendeu que devia cristianizar as festividades pagãs que os vários povos celebravam por altura do solstício de Inverno.

Portanto, segundo certos eruditos, o dia 25 de dezembro foi adotado para que que a data coincidisse com a festividade romana dedicada ao "nascimento do deus sol invencível", que comemorava o solstício do Inverno. No mundo romano, a Saturnália, festividade em honra ao deus Saturno, era comemorada de 17 a 22 de dezembro; era um período de alegria e troca de presentes. O dia 25 de dezembro era tido também como o do nascimento do misterioso deus persa Mitra, o Sol da Virtude.

Assim, em vez de proibir as festividades pagãs, forneceu-lhes simbolismos cristãos e uma nova linguagem cristã. As alusões dos padres da igreja ao simbolismo de Cristo como "o sol de justiça" (Malaquias 4:2) e a "luz do mundo" (João 8:12) expressam o sincretismo religioso.

As evidências confirmam que, num esforço de converter pagãos, os líderes religiosos adotaram a festa que era celebrada pelos romanos, o "nascimento do deus sol invencível" (Natalis Invistis Solis), e tentaram fazê-la parecer “cristã”. Para certas correntes místicas como o Gnosticismo, a data é perfeitamente adequada para simbolizar o Natal, por considerarem que o sol é a morada do Cristo Cósmico. Segundo esse princípio, em tese, o Natal do hemisfério sul deveria ser celebrado em junho.
Há muito tempo se sabe que o Natal tem raízes pagãs. Por causa de sua origem não-bíblica, no século 17 essa festividade foi proibida na Inglaterra e em algumas colônias americanas. Quem ficasse em casa e não fosse trabalhar no dia de Natal era multado. Mas os velhos costumes logo voltaram, e alguns novos foram acrescentados. O Natal voltou a ser um grande feriado religioso, e ainda é em muitos países.

O mundo que a classe média conhece é o mostrado pela mídia. Onde a cultura do ter já baniu, para muito longe, a valorização do ser. Tornamo-nos uma sociedade manipulada pelas regras de comportamento impostas por grupos interessados em incentivar o consumo e aumentar seus lucros. Muitos seguem fielmente essa filosofia de vida. Compra-se até o que não é preciso. Valores morais e espirituais, como honestidade e fraternidade, foram facilmente substituídos por bens tangíveis. O famoso "mundo dos espertos" tão relevante na civilização ocidental. Competimos, muitas vezes sem tréguas, com nossos irmãos para atender interesses daqueles que, realmente, ficam com os louros da vitória. Fazem-nos acreditar cegamente no slogan: "ao vencedor, tudo".

Sacrificar pessoas inocentes, como adolescentes iludidas com o glamour das passarelas, para vender cada vez mais, impondo uma "ditadura" da beleza no mundo da moda, faz parte de um negócio altamente lucrativo. Não importa a saúde, a jornada estafante, o equilíbrio psicológico e emocional, a morte - apenas o atendimento às exigências. Como proibir esse tipo de exploração infantil?

Mas por que a extrema necessidade de bens materiais para muitas pessoas? Talvez porque muitas não valem pelo que são, mas por aquilo que podem comprar! Ou porque uma embalagem cara, bonita e de bom gosto, pode elevar a cotação de um produto insignificante, agregando algum valor. Vivemos o mundo das imagens, dos efeitos especiais, dos valores percebidos, dos maus exemplos.

As catástrofes, porém, provocadas pelos fenômenos naturais, que escapam do domínio da sabedoria humana, mostram quão descartáveis são os bens materiais. Nessas horas, os valores intangíveis como fé, solidariedade e fraternidade, são muito mais importantes e, quem sabe, as únicas tábuas de salvação - aquilo que realmente vale. Aí, o materialista lembra-se de invocar Deus.

Seres humanos, entretanto, têm memória curta e uma enorme capacidade para desvalorizar o que é importante e cultuar o supérfluo. Logo após as tragédias, quando as coisas voltam à normalidade, redobramos os esforços para a aquisição de bens materiais, elegendo novos objetos como sonho de consumo. Nossas necessidades básicas nunca são atendidas.

Assim, de adversidade em adversidade, entremeadas de momentos de reflexão sobre o verdadeiro valor do ser humano, vamos construindo uma sociedade onde impera o individualismo, a futilidade, o consumismo, a insensibilidade, o artificialismo, incentivados pelos meios de comunicação que fazem o marketing, com muita eficiência, para esse mundo de fantasias.

O enorme esforço que os honestos e bem-intencionados fazem para sobreviver nesta verdadeira aldeia global é de desestimular qualquer um. Vias de regra são chamados de idiotas, deslocados...  tudo o que caracteriza aqueles que não sabem aproveitar as oportunidades que surgem - uma pessoa fora de época. Às vezes não servem de exemplo nem para os familiares.

A ciência, cada vez mais evoluída, ainda não conseguiu mudar as regras de comportamento nas pessoas. No limite da ética, os laboratórios realizam experiências manipulando a genética do ser humano. Queremos criar um ser superior? Alguém isento de cobiça, inveja, sede de poder e riqueza? O verdadeiro exemplo de Justiça? Um revolucionário? Aquele que promoverá a paz? Um salvador?

Essa criatura já esteve aqui há mais de dois mil anos! Nasceu pobre, o pai não era importante, não estudou em universidade, mas mudou a história da humanidade, pregando a verdade e o amor. Também foi considerado um fora de época. Até hoje, quando queremos resgatar nossos votos de fé, esperança e caridade, relembramos Jesus Cristo comemorando o dia do seu nascimento.



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