Refertos de esperança
Grandes infortúnios deixariam de ocorrer se reconhecêssemos que as decisões mal tomadas por dirigentes políticos transparecem o nosso marasmo, consentimento e silêncio.
Líderes de comunidades e países refletem a cultura de sua gente, seus mantenedores, seus sectários, razão pela qual a representação - de certa forma - funciona.
A democracia representativa, entretanto, tem seus descontentes ou aqueles que lamentam que só sobrevive no Brasil aquele que acompanhar o ritmo de seu sistema degradado e servil. Estigmatiza-se quem tenta andar na linha com o deboche, o desprezo e a exclusão!
É impossível viver no Brasil sem o mínimo de desconfiança. Nem toda sugestão é bem-vinda a fim de alterar um costume. Buzinar no trânsito é uma agressão; dar um conselho, intromissão.
Enquanto os atrasos e cancelamentos de voos na Espanha se deveram à greve dos controladores de voos, as chuvas e a desorganização marcam os transtornos nos aeroportos tupinicas, onde as empresas aéreas insistem em praticar vendas acima do número de lugares disponíveis nos aviões.
Notícias desagradáveis de corrupção e desrespeito à vida, porém, chegam de todo lugar.
O banho de petróleo alcançou as margens do sul da "América" que se acreditou tivesse dado certo. Erros tenebrosos de engenharia arrasaram a vida animal e vegetal da Louisiana e outras regiões no Golfo do México. É difícil achar um culpado pela desgraça, visto que o fornecimento de galões da British Petroleum eleva-se em função da demanda dos motoristas nas bombas de combustível.
Muitos sequer entendem a cadeia de suprimentos ou o processo que um produto percorre antes de chegar à mesa ou ser nosso objeto de consumo, por isso suspiram um lamento pela morte de aves e peixes afetados pelo contratempo no Golfo do México.
O que fazer diante destes episódios funestos a fim de demonstrar que ainda estamos refertos de esperança de que uma grande mudança ocorrerá?
Esperaremos o fim do mundo em 2012, o resgate do planeta "chupão" e tantas outras profecias que compuseram a imaginação ao longo dos séculos?
Estas dúvidas não impedem a necessidade de um divisor de águas, pois já não é mais viável a convivência entre seres tão bons e outros tão malévolos. Tema que desenvolvo nalgumas raras conversas com pessoas inspiradas, já que as rotineiras tratam do tempo, mulheres e algum esporte.
O australiano Julian Paul Assange, idealizador da biblioteca virtual Wikileaks, sofre ameaças de todo tipo pelos que se sentiram prejudicados com a publicidade dos atos e discursos da diplomacia EUAna, vexatórios para os cidadãos de bem.
Alguns documentos secretos sobre o Brasil indicam que: o governo estadunidense tachou o Itamaraty de anti-americano e considerou-o um adversário; o programa nuclear iraniano é idêntico ao brasileiro, mas estes países sofrem tratamentos desiguais pela fiscalização de energia atômica; e o Brasil tolera terroristas em seu território para evitar atritos com a comunidade islâmica.
Ainda bem que o Brasil tem fama de país pacífico!
O boneco insalubre Barack Obama anunciou que tropas estadunidenses deixaram o Iraque em agosto de 2010 após mais de sete anos de ocupação. Fontes confiáveis, como a entrevista a um brasileiro naturalizado estadunidense que se tornou soldado de guerra no país do Norte, denunciam, porém, que a situação no Iraque há algum tempo está sob controle e que 40.000 soldados "não-combatentes" permanecem no país.
Ainda estou incerto se o Nobel da Paz assumiu bem-intencionado o cargo de presidente dos EUA, mas cedeu aos poderes ocultos e trevosos que controlam seu boneco. A atitude digna, neste caso, seria renunciar à presidência e denunciar estes poderes ocultos e trevosos no lugar de seguir a dominação e a opressão sobre o planeta.
Há os que acreditaram no nacionalismo de Getúlio Vargas, seu carinho com os pobres e a renúncia a interesses poderosos mediante a prova do suicídio em agosto de 1954. Outros nomearam-no ditador e populista, mas aceitaram os algozes que presidiram a partir da década seguinte num Brasil de uma paz insólita.
A responsabilidade pelo planeta cabe a nós.
Nunca é tarde para cumprir a nossa função.
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