Arenápolis News - arenapolisnews.com.br
Opinião
Quarta - 14 de Agosto de 2013 às 21:36
Por: João Edisom De Souza

    Imprimir


Os professores de Mato Grosso decretaram greve no Estado. Motivos não faltam. Professores, técnicos e apoios administrativos das escolas exigem condições mínimas de trabalho para oferecer educação de qualidade aos estudantes.

É tempo de greve. Mas poderá ser também tempo de reflexões, pois há mais de uma década a educação brasileira e a educação estadual estão nas mãos de pessoas que de uma forma ou de outra foram crias ou apoio dos sindicatos representativos da categoria.

Este casamento sindicato e partido político, só desmobilizou os profissionais e industrializou a luta, mecanizando os ideais de interesse daqueles que vivem a verdadeira realidade da sala de aula.

A greve é justíssima. As reinvindicações mais ainda já que as condições de trabalho e o salário pago aos profissionais que atuam nas escolas brasileiras e em Mato Grosso são vergonhosos. O valor é irrisório para atrair bons e novos profissionais e as condições de trabalho piores ainda.
O salário de um profissional de educação em fim de carreira com todos os títulos possíveis é menor que o salário inicial da maioria das carreiras do estado que exigem formação específica. Os governos não valorizam quem trabalha com educação.

É hora de despartidarizar o sindicato, seguir a voz das ruas, seguir a luta do tempo. Os sindicatos dos professores têm servido a um único senhor; ao partido, que tem promovido “companheiros” que se aliam ao poder e corroboram para o massacre das categorias na ponta da luta, que é sua unidade de trabalho. Sindicato é lugar para a categoria e não para uso de militância ideológica da causa própria.

Aliás, o sindicato deveria fazer lobby para que candidatos não usassem mais o nome professor antes do nome no registro de suas candidaturas, pois tem maculado a categoria e os que obtêm êxito nas unas não tem correspondido na prática.

Os interesses, principalmente de reeleição, desfigura a plataforma juramentada no início de carreira. Temos bancadas ruralista, da bola, evangélica e etc. mas não temos a bancada da educação e nem a da saúde, apesar de serem os codinomes mais anunciados na hora de pedir voto.

É hora da sociedade se irmanar aos nossos valorosos educadores. É hora dos profissionais da educação ganharem as ruas, as praças e principalmente os corações das pessoas e da sociedade em geral.

O Brasil precisa de uma revolução na educação para quem sabe um dia pensar em sermos parte do Primeiro Mundo, pois sem educação seremos apenas projeto de um país que quem sabe um dia irá dar certo. Seremos eternamente o país do futuro.

Os sindicatos representativos da educação erraram porque condições de trabalho e salários dignos aos profissionais não se fazem com partidos políticos, pelo menos não com esses partidos que temos no Brasil. As conquistas até hoje para a categoria foi obra da luta coletiva daqueles que adentram as salas de aula e não daqueles que de fora ladram e fecham acordo para ocuparem as cadeiras do poder soberano do estado.

É hora de pedir, de reivindicar que um educador por quarenta horas semanais de trabalho não ganhe menos que o maior salário de um vereador no estado de Mato Grosso, pois nenhum destes trabalhadores da educação trabalham menos que um edil vereador neste Estado.

Para quem pensa numa sociedade melhor, a hora é agora!

JOÃO EDISOM DE SOUZA é analista político e professor universitário em Mato Grosso.



Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://arenapolisnews.com.br/artigo/66/visualizar/