Governar para todos, um dever
A presidente Dilma Rousseff promete governar para todos e proteger os mais fracos. A promessa não traz nada de extraordinário, mas ganha repercussão porque, infelizmente, tem sido comum, por este país afora, governantes realizarem administrações voltadas aos seus seguidores e apaniguados, deixando à margem do processo toda a comunidade. Governar para todos é obrigação do governante e perde o bonde da história aquele que assim não o faz. Dilma, pelo seu passado, sabe bem disso e, por certo, não quer perder a grande oportunidade que a vida lhe dá para promover as mudanças que o país necessita ou, pelo menos, as que estejam na sua cabeça. E todos os que tentarem impedi-la, merecerão a mais severa censura popular.
Assim que assume, o governante – federal, estadual e municipal – tem o dever de deixar de representar exclusivamente aqueles que o elegeram e direcionar o seu trabalho para o conjunto da sociedade. Não precisa virar as costas para seus correligionários como – também infelizmente – alguns traidores fazem quando chegam ao poder. Deve tratá-los na justa medida e não se esquecer de que seu governo é para todos e que, na oposição, também existem votos e idéias que podem ajudar a sociedade a evoluir. Cabe à oposição, integrada pelos que perderam a eleição majoritária, fiscalizar os atos do Executivo através dos senadores, deputados (federais e estaduais) e vereadores. Mas deve ser uma oposição justa e conscientes, cônscia de que, além do adversário político hoje no governo, há toda uma população à espera de governos e serviços públicos. Inviabilizar o governo é fazer o povo sofrer.
Passado o grande embate de 2010 que, em dois turnos, escolheu presidente da República, governadores dos estados e os novos integrantes do Senado Federal, Câmara dos Deputados e Assembléias Legislativas, espera-se agora que os novos governos se instalem e decolem, cumprindo as promessas feitas quando na busca dos votos. É interessante que cada eleitor mantenha na lembrança os nomes dos candidatos em quemvotou para, na hora certa, cobrar aquilo que lhe foi prometido. É assim que se faz e sustenta a democracia, o poder que emana do povo. O povo deve se manter mobilizado.
Seria importante, também, que os atuais prefeitos e vereadores e aqueles que pretendem se candidatar às eleições municipais, em 2012, evitassem começar já a campanha velada. Se assim o fizerem, atrapalharão o trabalho dos atuais governos municipais e, consequentemente, prejudicarão o povo. Considerando-se que as eleições só ocorrerão em outubro do ano que vem, é importante que todos contenham seus ânimos e apliquem força total apenas na hora certa. Nada impede (é até aconselhável) que acompanhem de perto o trabalho dos atuais ocupantes dos cargos – prefeito e vereador – e questionem suas atividades. Mas, campanha, conforme determina o calendário eleitoral, só pode ser feita a partir de julho do ano em que se realiza a eleição. Antes disso é crime, e a sociedade espera a mais rígida fiscalização por parte da Justiça Eleitoral. Ficha limpa, eleição limpa, campanha regular, o país entrando nos eixos e na modernidade...
Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)
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