Arenápolis News - arenapolisnews.com.br
Opinião
Segunda - 17 de Janeiro de 2011 às 09:49
Por: Lourembergue Alves

    Imprimir


Viajar pela Europa é uma tarefa fácil. Bem mais, talvez, que pelo Brasil. Isso porque quase todo o continente se encontra recortado por vias – quer seja as férreas ou as rodovias. Somadas, também, aos “traçados” nos céus, os quais são utilizados pelas companhias aéreas domésticas que, a cada par de horas, cortam os céus, levando dezenas de passageiros de um lugar a outro. 
 
Quadro altamente favorável. Ainda mais quando se verifica a qualidade das estradas. Assemelhadas a um “tapete”, comparadas as do Brasil, onde os buracos – espalhados por elas - exigem destrezas sem igual dos motoristas. Estes, no entanto, em sua maioria, não contam com tal habilidade. O que contribui, sobremaneira, com o alto índice dos acidentes registrados. Índice que supera, e muito, ao suportável. Porém, o governo federal e os estaduais escamoteiam o problema, com um discurso recheado de promessas e de obras que nunca saíram do papel, e quando saem deste são de terceira qualidade. Haja PAC qualquer coisa! 
 
Ao contrário do que se vê nos países europeus. Por aqui, as estradas têm um tratamento especial. Tudo nelas é de primeira. Sobretudo a camada de asfalto, desde a preparação para receber a referida camada até o meio fio. Tanto que ela – a dita camada - tem uma “vida útil” que ultrapassa a casa dos quinze anos. Tempo de uso que está fora de cogitação em terras brasileiras, onde o “jeitinho” também se faz presente nos contratos firmados entre os órgãos governamentais e as empreiteiras – grandes financiadoras das campanhas eleitorais. 
 
Campanhas que atrai o “investidor particular” igualmente nos Estados europeus. Isso abastece o “caixa dois”. No entanto, na Europa, nenhum candidato se dá ao luxo de dizer que o “caixa dois” é uma prática usual, costumeira – e ficar por isso mesmo -, como recentemente se viu, leu e ouviu o presidente da República balbuciar tamanho disparate. Aliás, nos países europeus, tal prática deixa em maus lençóis qualquer candidatura.  
 
De todo modo, vale repetir, não se pode reclamar das estradas européias. Justifica-se, portanto, a opção das pessoas em cruzar o continente de carro, ainda que seja alugado ou de ônibus. É possível, por exemplo, encontrar brasileiros deslocando de Portugal à França, e desta para a Itália, passando pelos países que se localizam entre eles. 
 
Além dessa, os trens também são uma ótima opção. Desde que não sejam os noturnos. Mesmo que se queira economizar a “grana” do hotel. Pois as viagens – as noturnas – são sempre cansativas e, em função da escuridão, é claro, não permitem observar as paisagens ou as cidades pelas quais está a se passar. 
 
Assim, vale à velha dica: “para as viagens longas, pegue o avião”. Afinal, os vôos domésticos são bastante tranquilos, com exceção de um ou outro contratempo provocado pela desorganização dos atendentes nos aeroportos. Contratempo que, em nada, atrapalha o prazer da viagem.

Essa, além de prazerosa, deve ser educativa. Resultado a ser perseguido pelos passageiros, e já sentido o gosto da saudade, que se avistam a aeronave do caminho de volta ao Brasil.        

      
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.  


Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://arenapolisnews.com.br/artigo/626/visualizar/