O novo estado
Escrevi tempos atrás sobre essa rixa entre Cuiabá e Campo Grande à época, Zeca do PT respondia pelo Governo de Mato Grosso do Sul.
Voltava de uma viagem ao exterior o Sr. Zeca do PT e ao chegar à capital do seu estado, dava uma entrevista na qual demonstrava toda sua irritação com a imprensa que confundia o Mato Grosso verdadeiro com sua cópia.
Dizia eu no meu artigo, que nossas autoridades é que deveriam ficar furiosas, pois nos confundir com o outro, é no mínimo, estar com sua visão e mente deturpada.
Foi em um passado não tão distante, onde nós daqui do norte éramos achincalhados, humilhados, pisoteados pelos de “sangue azul” do sul, que diziam que nós éramos os incineradores do dinheiro público que o sul arrecadava. “Fingiam” não saber que a administração do Estado ficava aqui por ser a capital e consequentemente com um número maior de funcionários públicos a receber seus salários. Fim do mês é um desfile aqui em Cuiabá de carros com placa de Campo Grande, vem buscar a pensão que por ocasião da divisão o Governo Federal prometeu pagar e não pagou, e aproveitar dar um passeiozinho na cidade mãe!
Achavam os de “sangue azul” lá do sul, aqueles que nos olhavam de cima para baixo, que por estas bandas viviam algumas tribos indígenas e uns cem números de desqualificados servidores públicos. Achavam quando eram detentores do primeiro lugar na produção de grãos, que por aqui só tinha piqui e maxixe. Achavam, quando com um orgulho indisfarçável, detinham o primeiro lugar no rebanho bovino, que aqui só tinha cobra e lagarto.
Jamais poderiam imaginar que algum dia viriam humildemente (sic) pedir ajuda de um país vizinho na tentativa de sensibilizar o comitê da FIFA que vistoriava as prováveis futuras sedes da copa de 2014.
Isto porque já havia se esgotado todos “cartuchos” do estado com relação à parte cultural. Tiveram uma feliz idéia que foi pedir uma ajudinha à Dom Lugo que enviasse para a capital deles um grupo bom de polcas e guarania. O comitê da FIFA ficou em dúvida se estava em Campo Grande ou em Assunção.
A copa vem pra Cuiabá pois a inteligência e a dedicação dos nossos políticos nessa tentativa, sobrepujaram a guerra que os de lá faziam questão de fomentar. Enquanto que por lá se praticava uma política idêntica à defesa de beque de roça, por aqui, com maior credibilidade e trabalho perante a gestora do futebol mundial, adquiríamos dia a dia as credenciais necessárias para ser uma das sub sedes.
Volta à baila a troca de nome do estado sulista por uma besteira dita em uma novela. Isto é resultado da ociosidade. Aqui ninguém tem tempo de ver novela. Trabalha-se incessantemente para chegar onde chegamos. Pouco importa a nós do Mato Grosso verdadeiro, se Bonito fica lá. Temos Nobres que logo logo, com melhor infra estrutura não será Bonito e sim lindo! Como li outro dia em um artigo de um sulista a respeito do verdadeiro Mato Grosso (o nosso): “cresceram mais que nós, tem mais dinheiro que nós, tem mais boi e soja que nós, mais cidades que nós, e vão levar a Copa do Mundo pra lá, e que, por isso mesmo estão rindo na cara da gente”.
Por aqui é tanto trabalho que falta-nos tempo pra rir da cara de vocês.
São tão “chegados” a bobagens, que o dia da divisão é feriado lá no Mato Grosso do Sul. Aqui é que deveria ser comemorado, não por um dia, mas sim por uma semana nossa “libertação”. Mas, um ou outro se lembra dessa data. Estamos todos envolvidos com trabalho,pouco vêem novelas.
Por que Estado do Pantanal? Se ele existe lá é por que começa aqui. Os maiores rios que o formam nascem aqui.
Já que vocês tem muitas dúvidas e pouca criatividade para escolher um nome para o novo estado, sugiro alguns. Que tal estado do Teréré? Não gostou? Ta bom, vai outra sugestão: Estado do Chamamé. Aposto que gostou deste não é?
Vão procurar o que fazer. Deixem de implicar conosco, senão daqui a pouco o pessoal daqui quando for comprar as “muambas” na terra de D. Lugo, na longe Ponta Porã, não vai mais pernoitar aí, provocando sérios problemas na economia local.
* EDUARDO PÓVOAS, cuiabano
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