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Opinião
Sábado - 05 de Março de 2011 às 13:38
Por: Ana Lúcia Ricarte

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A mulher conseguiu que as portas do mercado de trabalho lhe fossem abertas após a Revolução Industrial por uma questão de necessidade do próprio mercado e devido às lutas travadas pelos movimentos sociais de mulheres para obter o direito de exercer uma profissão e inserir-se no mercado.

Uma das lutas travadas mais agressivas nesta área foi a manifestação ocorrida em uma fábrica de Nova Iorque, em 1857, onde operárias entraram em greve por melhores condições de trabalho e equiparação salarial aos colegas homens, eternizou para o mundo “ 8 de março”. A manifestação foi reprimida com brutalidade e 130 mulheres trabalhadoras morreram carbonizadas, transformando esta data em referência de luta e no Dia Internacional da Mulher.

Desde então a mulher tem lutado pela autonomia financeira e pela redução da dependência do protecionismo masculino, para não ser relegada apenas ao trabalho doméstico.

Outra conquista importantíssima foi o direito ao voto em 24 de fevereiro de 1932.
Em 2006 foi editada a Lei 11. 340, conhecida com Lei Maria da Penha, em que o Brasil reconheceu que a violência doméstica e familiar perpetrada contra a mulher não deve ser tolerada e admitida.

O movimento social de mulheres, conseguiu uma série de avanços na sociedade ocidental. O sufrágio universal, proteção legal para trabalhadoras gestantes, criação de delegacias específicas para mulheres e abolição de algumas leis misóginas, são exemplos destas conquistas.

No entanto apesar de todas estas conquistas e avanços as desigualdades continuam a nos desafiar, principalmente no campo do trabalho e no que tange a violência contra mulher, basta observar os índices de violência e as estatísticas com relação aos valores de salários pagos aos homens e as mulheres.

As reformas sociais são importantes e devem ser comemoradas, no entanto são insuficientes para que possamos atingir a igualdade plena e, conseqüentemente, levar a uma sociedade em que a convivência entre homens e mulheres seja justa
As mulheres têm muitos desafios, um deles é convergir à luta de todos os movimentos sociais de mulheres no sentido de que as mulheres possam lutar por mudanças de valores e não apenas pelo poder ou por um pedaço maior do bolo, pois acredito que mesmo aquelas mulheres que participam do mais alto escalão público ou privado muitas continuam aprisionadas aos valores exclusivamente masculinos.

Como já tenho dito algumas feministas acreditam na igualdade, desde que elas estejam no comando e se submetem ao sistema como ele é, ou com as pequenas mudanças, para acomodar suas reivindicações.

Por isto, no dia 8 de março em que comemoramos o Dia Internacional da Mulher convidamos a todas as mulheres e homens a lutar por uma sociedade melhor, por mudanças de valores e não nos conformar apenas com as concessões sociais.

*Ana Lúcia Ricarte é advogada e presidente da Comissão de Direito da Mulher da OAB/MT.

 



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