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Opinião
Quarta - 28 de Agosto de 2013 às 16:33
Por: Wilson Carlos Fuá

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 Na faculdade, faz-se a leitura do que é ser ético, e pensam que para ser "ético" basta fazer aquilo que é correto, e justamente por ser correto é ético. Mas, à medida que um jornalista defende uma causa correta e passa esperar algo em troca do bem que se fez, ele pode ser qualquer coisa, menos um jornalista ético, pois deixa de lutar pela causa nobre e passa a buscar algo para si.
 
Os jornalistas são naturalmente contaminados pelos meios sociais, e logo os seus pensamentos deixam de ser individualizados e passam a ser de um segmento do ente social.
 
Nós conhecemos um jornalista pelo que ele se manifesta, de forma verbal ou escrita e a livre manifestação deve ser aceita em toda sua magnitude.
 
O jornalista, ao expor seus pensamentos, será sempre aplaudido ou incriminado por tudo que se posicionar em sua tese, mesmo que seja contrário a tudo que ele pensa, senão o seu texto passa a ser qualificado de obra censurada.
 
Quantos jornalistas não usam o medo como um mecanismo de defesa ou um estado de alerta, em nome da sua sobrevivência no seu trabalho ou em nome do seu salário. Agora, quando o medo passa a ser usado como desculpa para omissão ou submissão, é o fim da essência do profissional investigativo.
 
Quantos jornalistas, em nome do seu salário, são forçados a produzir textos em nome de uma força castradora e direcional, e ver que seus textos serão publicados para implantar uma dominação, para ferir sentimentos, para contrapor em forma de bloqueio o senso crítico individualizado?
 
Existem segmentos são grandes defensores da livre manifestação ou expressão, desde que essa liberdade não ultrapasse os limites do retorno do seu empreendimento, do ganho político ou dominação religiosa.
 
Hoje, diferente dos anos duros da ditadura militar, existem outros tipos de censura. A principal delas, é a do poder econômico, que é invisível e covarde. Quantos jornalistas, ao produzir um texto no seu livre pensar, justo e ético, corajoso e responsável, correm o risco de pagar pesadas indenizações ou mesmo irem para a cadeia, ou no mínimo ficar sujeito ao trabalho comunitário, ou passar a vergonha de pedir desculpa humilhante ao sensor repugnante chamado poder econômico?
 
Neste mundo globalizado, tudo virou negócio, e contrariar interesses é extremamente preocupante para aqueles que pensam e manifestam. Por isso, quando vemos um texto expresso nos meios de comunicação, temos a difícil missão de saber se aquele pensamento é puro ou é contaminado.


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