Arenápolis News - arenapolisnews.com.br
Opinião
Quinta - 07 de Abril de 2011 às 08:41
Por: Isa Souza

    Imprimir


A gente cansou de aprender na escola que a implementação das rodovias no Brasil se deu após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), e com uma bela e "incentivadora" ajuda dos Estados Unidos da América. Fato é que a frase famosa de Dwight Eisenhower, presidente da General Motors (GM), que assumiu a Secretaria de Defesa do Governo americano na época, é emblemática: "O que é bom para os EUA é bom para a GM".

E o que foi bom? Vejamos, no mínimo, a proliferação de carros pelo mundo afora. Não que o processo tenha sido tão rápido quanto um clique na internet, mas o Brasil, que começava a amadurecer a implementação das ferrovias como forma de transporte de cargas, viu a ideia afundar (ou adormecer) por algum tempo.

Outro fato comprobatório da expansão visualizada pelo presidente da GM é que hoje é muito mais fácil, guardada as devidas proporções, se comprar um carro no Brasil do que conseguir pegar um transporte público com condições adequadas ou ao menos confortáveis para todos. Mas, sobre ônibus lotado, eu falo outro dia.

A questão é: Estados Unidos incentivando a compra de veículos, implementação de rodovias, que são mais baratas que a das ferrovias (mas que, por outro lado, tem uma manutenção muito mais frequente que a do transporte de trilhos) e a "estética" montanhosa do país fez com que a ideia fosse deixada em alguma gaveta de um armário velho.

Acontece que, deixando a preguiça de lado, já era hora do país começar a despertar e abrir a gaveta velha: a discussão do momento em Cuiabá é sobre o BRT (Bus Rapid Transport ou ônibus rápido) ou o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). Novamente voltamos no pós-guerra: é a roda contra o trilho e contra fatos não há argumentos.

O VLT é mais caro? Não sei. A tecnologia é toda importada? Dizem que sim. A tarifa será muito mais cara, se comparada ao BRT? Não sei. E entre não sei e talvez, a questão é exatamente essa: ninguém sabe nada de verdade e sempre faz pose de que sabe tudo. Ao invés de falar e ir cuspindo inverdades ou verdades pela metade, é preciso esclarecer e agir.

A Copa vem batendo na porta de Cuiabá desde 2009, quando a Capital soube que estava entre as cidades-sede, e se a discussão continuar do jeito que está, a gente vai dar tchau pro Mundial de dentro do velho e "bom" ônibus quente e lotado, em uma Avenida da Prainha, às seis da tarde.

ISA SOUSA é repórter do site MidiaNews.



Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://arenapolisnews.com.br/artigo/563/visualizar/