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Opinião
Sexta - 06 de Maio de 2011 às 17:50
Por: Erika de Souza Bueno

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Em meio a tarefas que parecem não ter fim, ela arruma tempo para dizer que nos ama. Em meio à luta por ser vista e ser enxergada em seus mais diferentes papéis, ela atrai nossa atenção naturalmente, pois não dá para fingir que não a conhecemos.

Se em algum momento não atribuímos a esta pessoa tão especial o seu devido valor, certamente ainda teremos muito a nos cercar de pesares pelos beijos e abraços que foram a ela negados, pela nossa ausência naquela noite em que ela disse para não sairmos, pelo simples telefonema para avisá-la de nosso atraso e que não a deixa enlouquecer de preocupação, pelo esquecimento de seus conselhos em momentos que não admitiam quaisquer erros...

Quantas são as mães que em dias como os nossos sentem-se sozinhas, abandonadas em seu mundo, o qual foi reconstruído há algum tempo quando se descobriu gestando uma nova vida.

Quando chega do trabalho, apesar do cansaço, é para nós que a atenção desta mulher-mãe está voltada. Se ela passou o dia atarefada com a casa, as roupas, o almoço e o jantar, ainda assim sente-se recompensada por nos ter ali por perto e, mesmo que em dias atuais as tarefas domésticas não tenham mais nenhum valor aos olhos de um mundo cada vez mais competitivo, ela faz tudo com muito amor, pois sabe para quem está fazendo.

O “Dia das Mães” chega, enfim, e o que vemos são como cenas de uma novela muito conhecida e reprisada várias vezes: movimento intenso nas ruas, comércios cheios, propagandas em cor-de-rosa, flores, perfumes, sapatos, bijuterias e tantas outras formas de consumo, além, é claro, de pessoas indo de um lado ao outro em busca de algo para expressar o seu carinho por esta mulher que é uma das razões mais belas de nossa felicidade, responsável por aquilo que hoje somos.

Nada se compara à alegria que vem misturada à angústia de escolher o melhor presente, aquele que ela sempre quis ganhar ou aquele que vai fazê-la feliz. Comprado o presente, sentimos que nossa “obrigação” foi cumprida, mas ainda há muitos pontos que precisam de nossa reflexão. Comprar presente é sim um gesto muito válido e até mesmo oportuno nesta data tão especial, mas algo ainda mais excelente do que presentear alguém como nossa mãe é estar presente quando ela precisa e deseja estar em nossa companhia.

É sempre muito interessante observar como as mães veem seus filhos em tantos e tantos gestos por aí, sempre ressaltando seus pontos fortes, falando de suas qualidades, do que acreditam e do que querem para si mesmos... Quais palavras podem ser suficientes para descrever a satisfação de uma mãe ao apresentar seu filho a alguém? É um gesto indescritível que só é desvendado lá dentro do coração de cada mãe.

É, ser filho é uma dádiva, um presente que vem de Deus. Ter uma mãe ou encontrar uma referência válida dela em outra pessoa é vida para cada um de nós. Não dá para viver sem um dia termos tido a experiência de termos alguém com um amor que é capaz de vencer tantos obstáculos.

Mamãe, desculpe-nos pelas preocupações que lhe damos, perdoe-nos pelas lágrimas que um dia derramou por nós. Seu dia está aí, queremos rever nossos conceitos, aqueles mesmos a que você sempre se refere... Não somente nesta data que se aproxima, mas queremos, mais do que tudo, vê-la feliz e perfumada tal como uma bela flor com que iremos presenteá-la.

Apesar de ter, como já prevíamos, espinhos que ferem, sabemos que somos nós que não a compreendemos, pois, na verdade, os espinhos não eram para nos ferir, mas, sim, para nos proteger dos predadores que querem a nossa vida, a qual é a sua razão para continuar e nunca desistir de nós.

* Erika de Souza Bueno é editora e consultora-pedagógica de Língua Portuguesa do Planeta Educação (www.planetaeducacao.com.br). Professora de Língua Portuguesa e Espanhol pela Universidade Metodista de São Paulo. Articulista sobre assuntos de língua portuguesa e família.

 



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