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Clientelismo e Desgaste
O atual momento não é bom para a presidente Dilma Rousseff. A aprovação de seu governo caiu consideravelmente e existe um descontentamento crescente dentro da base aliada. Situação complicada. O que requer “jogo de cintura” e habilidade no lidar com as questões políticas. Sobretudo, agora, diante da crise econômica que ameaça a todos - pobres e ricos, passando por nações que se encontram entre primeiro e o segundo grupos.
Acontece, no entanto, que a presidente sequer pode se defender com a história “da herança maldita”. Tal lengalenga não seria apropriada. Não nesse instante, uma vez que ela – na condição de ministra – é co-participe da gestão passada, além do mais é “cria” do antecessor. Aliás, em razão da sua candidatura, ocorreram exageros nos gastos. Tais exageros provocaram desequilíbrios das contas públicas, e estes, somados a falta de cuidado com o mercado interno, elevou-se o índice inflacionário. Crescimento há bastante tempo, já esquecido pelo brasileiro.
A situação cobra providências. A presidente deverá cortar despesas. Necessidade que a fez convocar o seu Conselho Político. Oportunidade apresentou um cardápio nada palatável. Principalmente para uma situação movida pela insatisfação. Descontentamento que se deve ao processo de faxina implantado no Ministério dos transportes, a demora na liberação de emendas parlamentares e as prisões recentes efetuadas pela Polícia Federal, as quais atingiram, em cheio, o coração peemedebista.
Partido que não pode, nem deve ser tratado da mesma maneira que foi o PR, diante das denúncias de cobrança de propina no DNIT. Até em função do tamanho do PMDB na Câmara Federal e no Senado, bem como do seu poder de “convencimento” e de “sedução” – capaz de trazer consigo o “peso” e a importância de outras agremiações da base governista, com exceção do PT. Conta superfaturada por causa da chamada governabilidade, e é, por conta ou em nome desta, que se dão as negociatas por cargos e por liberação de recursos públicos. Parte desses recursos que também são escoados por desvios. Desvios que deixam malfeitas as obras realizadas.
Quadro complicado. Bem mais quando se percebe que a presidente não tem uma agenda, nem demonstra interesse em tê-la. Isso se soma ao fato de que ela “não gosta de fazer política”, nem conta com alguém à altura ou capacidade para desenvolver tal tarefa. Tarefa imprescindível. Sobretudo em um momento como o que se vive, com a base governista dividida entre o reivindicar e o oferecer guarida a presidente. Guarida que depende, sobremaneira, do que a própria base irá levar de dividendos.
É nesse ambiente – congestionado e pouco propício para o diálogo – que a presidente vê a aprovação do seu governo cair consideravelmente, conforme a recente pesquisa do CNI/IBOPE.
Queda consequente. Deixa em “maus lençóis” a presidente. O triste é que ela, sequer, pode se valer das artimanhas de outros mandatários que sempre, nessas horas, acusam os governantes anteriores. Prática bastante presente no jogo político. Daí o surgimento da “caixa preta”, da “bomba de efeito retardado” e da “herança maldita”. Frases utilizadas para desqualificar os antecessores, enquanto o atual é posto em um patamar superior, supervalorizado. Dilma Rousseff jamais poderá se valer desse processo de desqualificação do presidente anterior. Não pode porque é “cria” do ex-metalúrgico, e deve a este seu salto da Casa Civil para a presidência da República.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
Acontece, no entanto, que a presidente sequer pode se defender com a história “da herança maldita”. Tal lengalenga não seria apropriada. Não nesse instante, uma vez que ela – na condição de ministra – é co-participe da gestão passada, além do mais é “cria” do antecessor. Aliás, em razão da sua candidatura, ocorreram exageros nos gastos. Tais exageros provocaram desequilíbrios das contas públicas, e estes, somados a falta de cuidado com o mercado interno, elevou-se o índice inflacionário. Crescimento há bastante tempo, já esquecido pelo brasileiro.
A situação cobra providências. A presidente deverá cortar despesas. Necessidade que a fez convocar o seu Conselho Político. Oportunidade apresentou um cardápio nada palatável. Principalmente para uma situação movida pela insatisfação. Descontentamento que se deve ao processo de faxina implantado no Ministério dos transportes, a demora na liberação de emendas parlamentares e as prisões recentes efetuadas pela Polícia Federal, as quais atingiram, em cheio, o coração peemedebista.
Partido que não pode, nem deve ser tratado da mesma maneira que foi o PR, diante das denúncias de cobrança de propina no DNIT. Até em função do tamanho do PMDB na Câmara Federal e no Senado, bem como do seu poder de “convencimento” e de “sedução” – capaz de trazer consigo o “peso” e a importância de outras agremiações da base governista, com exceção do PT. Conta superfaturada por causa da chamada governabilidade, e é, por conta ou em nome desta, que se dão as negociatas por cargos e por liberação de recursos públicos. Parte desses recursos que também são escoados por desvios. Desvios que deixam malfeitas as obras realizadas.
Quadro complicado. Bem mais quando se percebe que a presidente não tem uma agenda, nem demonstra interesse em tê-la. Isso se soma ao fato de que ela “não gosta de fazer política”, nem conta com alguém à altura ou capacidade para desenvolver tal tarefa. Tarefa imprescindível. Sobretudo em um momento como o que se vive, com a base governista dividida entre o reivindicar e o oferecer guarida a presidente. Guarida que depende, sobremaneira, do que a própria base irá levar de dividendos.
É nesse ambiente – congestionado e pouco propício para o diálogo – que a presidente vê a aprovação do seu governo cair consideravelmente, conforme a recente pesquisa do CNI/IBOPE.
Queda consequente. Deixa em “maus lençóis” a presidente. O triste é que ela, sequer, pode se valer das artimanhas de outros mandatários que sempre, nessas horas, acusam os governantes anteriores. Prática bastante presente no jogo político. Daí o surgimento da “caixa preta”, da “bomba de efeito retardado” e da “herança maldita”. Frases utilizadas para desqualificar os antecessores, enquanto o atual é posto em um patamar superior, supervalorizado. Dilma Rousseff jamais poderá se valer desse processo de desqualificação do presidente anterior. Não pode porque é “cria” do ex-metalúrgico, e deve a este seu salto da Casa Civil para a presidência da República.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
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