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Opinião
Terça - 13 de Setembro de 2011 às 14:38
Por: Erika de Souza Bueno

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Não sei se a vida é curta ou longa demais pra nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas. Muitas vezes basta ser: braço que envolve, palavra que conforta, silêncio que respeita, alegria que contagia. E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura... Enquanto durar. (Cora Coralina).

O coração de uma pessoa é um de seus maiores tesouros, certamente. O que não é tão envolvido de certeza é o cuidado que muitos deixam de ter com sua própria vida, pois não cuidam de dar morada a sentimentos bons, tais como sentimentos de bondade, amor e compaixão consigo mesmos e também com os outros.

A vida é um presente que só pode ser desfrutado apenas uma vez e, não somente, mas também por isso, não dá para desperdiçá-la com a supervalorização das muitas desventuras que nos são apresentadas no dia a dia.

Assim como nas palavras de Cora Coralina, o ponto alto da vida não está, ao contrário do que estamos acostumados a pensar, nos muitos anos de vida que nos é permitidos viver, mas nos impactos positivos que possamos ter na vida de outro alguém.

O que acontece algumas vezes é que desaprendemos a como impactar positivamente a vida de alguém porque importamos em nós muitos sentimentos que fazem esvair a paz e a consequente felicidade dos melhores anos de nossas vidas, ou seja, os anos do agora, do hoje, não aqueles que já fazem parte do passado.

Viver é assim, tem mesmo dessas coisas, mas para o nosso próprio bem é bom considerarmos as nossas importâncias, ou seja, as nossas “importações”.

Importamos dor, desespero e amarguras quando damos importância em demasia às desventuras vividas num determinado momento. Importamos esperança, amor e possível paz quando deixamos de valorizar a queda e começamos a valorizar o tempo de levantar de cada um, inclusive o nosso.

As infelicidades, as desventuras, os desagrados e as insatisfações batem à nossa porta todos os dias, mas temos a chance de não a abrirmos tanto assim, de modo que tenhamos reserva e força suficientes para mandarmos de volta tudo aquilo que não nos faz bem.

Viver pode até parecer difícil diante de tantos altos e baixos, mas, quando respeitamos o momento do outro e reagimos em sintonia com esse tempo, muitos segredos são desvendados.

Esses segredos nos mostram que há ajuda para aquele que soube como e quando estender a mão. E quando os dias de infelicidade vierem transfigurados de algum tipo de perda, esses dias serão menos difíceis de serem suportados, pois teremos refúgio na presença de um ombro amigo.

Desta forma, não há como viver com intensidade sem o contato com outra pessoa, com outro alguém, pois quando somos “o braço que envolve, a palavra que conforta, o silêncio que respeita e a alegria que contagia”, somos, por consequência, o amigo oportuno, aquele que sabe respeitar o tempo de cada um.


* Erika de Souza Bueno é Coordenadora-Pedagógica da Planeta Educação e editora do Portal Planeta Educação (www.planetaeducacao.com.br). Professora e consultora de Língua Portuguesa e Espanhol pela Universidade Metodista de São Paulo. Articulista sobre assuntos de língua portuguesa, educação e família.
 



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