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Faltam Quadros Aos Partidos
Outro dia, certo e-mail chamava a atenção para a grande movimentação política no Estado. Tão forte que um simples ato de filiação provoca espaços na mídia local. É a chamada visibilidade. O que atrai a atenção do eleitorado. Pois o partido contemplado é “vendido” como “se estivesse força” e “poder de arregimentação”. Isso, por si só, já “produz” um efeito fabuloso. Ainda mais quando se percebe que as siglas trabalham para ter candidaturas fortes nos principais pólos. O que, na maioria das vezes, vêm amarradas a dados casamentos, com vistas à disputa pelo governo regional. Daí toda a tentativa de se “destronar” o grupo que se encontra no poder de mando desses municípios.
Situação desenhada em Rondonópolis, Cáceres, Sinóp, Várzea Grande e Cuiabá. Cada um destes, assim como igualmente se dão com outros, torna-se palco de querelas políticas patrocinadas pelas grandes lideranças estaduais. Estas, aliás, têm interesses diretos nos resultados das ditas pelejas municipais. Interesses que ganham a dimensão do regional. Explica-se, por exemplo, o porquê o PMDB não desvia a atenção eleitoral das localidades onde administra, e ainda trabalha pela vitória eleitoral na “Cidade Industrial”. Para tal conta com dois nomes, os quais brigam entre si para ganhar a condição de candidato a prefeito. Além disso, conforme o e-mail referido no primeiro parágrafo deste texto, os peemedebistas poderão ter “a ajuda preciosa do PT”, que também pretende lançar candidatura própria, porém com o fim único de “atrapalhar” o desempenho do indicado pela Família Campos, e, desse modo, “dificultar” o ingresso do senador-democrata na luta pela cadeira do Palácio Paiaguás, em 2014.
Conjecturas. Estas, no entanto, trazem a lembrança o cenário das eleições de 2000. Ano em que o governador Dante de Oliveira, com o propósito de enfraquecer politicamente os irmãos Campos, em seus próprios redutos eleitorais, “indicou” o deputado federal Lino Rossi (PSDB) para concorrer à prefeitura. O PMDB hipotecou-lhe apoio. Porém, sua campanha foi toda desorganizada.
Desorganização que se acelerou em razão das brigas dentro do ninho, com os líderes tucanos batendo cabeças entre si. Crise que respingou do outro lado da ponte. O que desestabilizou a própria campanha na cidade. Já atabalhoada em função dos desentendimentos entre o deputado e o Presidente local da sigla que, ao lado da Secretária-Geral, defendia Charles Caetano para disputa. Quadro que se mostrou ainda mais desfavoráveis porque “o candidato do governador” parecia não seduzir o eleitorado, apesar do desgaste crescente do então prefeito. Desgaste que se somou a derrota de Júlio para o governo, inclusive com desvantagem na “Cidade de Couto Magalhães”. Nada disso, contudo, serviu de obstáculo para o Jayme (PFL), que foi reeleito com 70.833 votos, enquanto o tucano só obteve 23.654, seguido lá atrás por Waldir Bertúlio (PT), com 5.700. A derrota só não foi maior porque os peessedebistas conseguiram emplacar 2 vereadores. Superaram somente o partido petista, com 1, e igualaram ao PMDB, também com 2; enquanto a maior bancada ficava mesmo com o PFL.
Percebe-se, então, que a estratégia tucana não funcionou. Nem poderia dar certo mesmo. Sobretudo em razão da crise que, aos poucos, minava as forças peessedebistas. A derrocada em 2002 foi apenas a reprise do filme que, há muito, já era conhecido.
Situação distinta da hoje vivida pelo PMDB. Partido que tem o leme do governo do Estado. Porém sente falta de bons quadros para as disputas municipais. Igualmente problema enfrentado pelas demais siglas. Daí toda a movimentação que se tem presenciado.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
Situação desenhada em Rondonópolis, Cáceres, Sinóp, Várzea Grande e Cuiabá. Cada um destes, assim como igualmente se dão com outros, torna-se palco de querelas políticas patrocinadas pelas grandes lideranças estaduais. Estas, aliás, têm interesses diretos nos resultados das ditas pelejas municipais. Interesses que ganham a dimensão do regional. Explica-se, por exemplo, o porquê o PMDB não desvia a atenção eleitoral das localidades onde administra, e ainda trabalha pela vitória eleitoral na “Cidade Industrial”. Para tal conta com dois nomes, os quais brigam entre si para ganhar a condição de candidato a prefeito. Além disso, conforme o e-mail referido no primeiro parágrafo deste texto, os peemedebistas poderão ter “a ajuda preciosa do PT”, que também pretende lançar candidatura própria, porém com o fim único de “atrapalhar” o desempenho do indicado pela Família Campos, e, desse modo, “dificultar” o ingresso do senador-democrata na luta pela cadeira do Palácio Paiaguás, em 2014.
Conjecturas. Estas, no entanto, trazem a lembrança o cenário das eleições de 2000. Ano em que o governador Dante de Oliveira, com o propósito de enfraquecer politicamente os irmãos Campos, em seus próprios redutos eleitorais, “indicou” o deputado federal Lino Rossi (PSDB) para concorrer à prefeitura. O PMDB hipotecou-lhe apoio. Porém, sua campanha foi toda desorganizada.
Desorganização que se acelerou em razão das brigas dentro do ninho, com os líderes tucanos batendo cabeças entre si. Crise que respingou do outro lado da ponte. O que desestabilizou a própria campanha na cidade. Já atabalhoada em função dos desentendimentos entre o deputado e o Presidente local da sigla que, ao lado da Secretária-Geral, defendia Charles Caetano para disputa. Quadro que se mostrou ainda mais desfavoráveis porque “o candidato do governador” parecia não seduzir o eleitorado, apesar do desgaste crescente do então prefeito. Desgaste que se somou a derrota de Júlio para o governo, inclusive com desvantagem na “Cidade de Couto Magalhães”. Nada disso, contudo, serviu de obstáculo para o Jayme (PFL), que foi reeleito com 70.833 votos, enquanto o tucano só obteve 23.654, seguido lá atrás por Waldir Bertúlio (PT), com 5.700. A derrota só não foi maior porque os peessedebistas conseguiram emplacar 2 vereadores. Superaram somente o partido petista, com 1, e igualaram ao PMDB, também com 2; enquanto a maior bancada ficava mesmo com o PFL.
Percebe-se, então, que a estratégia tucana não funcionou. Nem poderia dar certo mesmo. Sobretudo em razão da crise que, aos poucos, minava as forças peessedebistas. A derrocada em 2002 foi apenas a reprise do filme que, há muito, já era conhecido.
Situação distinta da hoje vivida pelo PMDB. Partido que tem o leme do governo do Estado. Porém sente falta de bons quadros para as disputas municipais. Igualmente problema enfrentado pelas demais siglas. Daí toda a movimentação que se tem presenciado.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
URL Fonte: https://arenapolisnews.com.br/artigo/388/visualizar/
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