Arenápolis News - arenapolisnews.com.br
Confortavelmente Acomodados
Avaliar é uma exigência do momento histórico. Chega, ou deveria ser uma das tarefas cotidianas. Imprescindível na vida democrática. Até mesmo para o seu aperfeiçoamento. Tanto do regime, quanto do referido viver. Por isso, evidentemente, se faz necessário estar de olho nas atividades realizadas pelos chamados representantes do povo. Avaliação que deve ser feita sem quaisquer paixões. Tampouco movida por ideologia, ligação comercial ou bandeira partidária. A exemplo do que se procurou fazer no artigo anterior, intitulado “Estrutura fantástica, desempenho pífio” (21/10), com relação ao desempenho dos deputados estaduais mato-grossenses. Motivo de dezenas de e-mails, quase sempre elogiosos. O que serviram de estímulos para estender a dita avaliação aos integrantes da terra no Congresso Nacional.
São, ao todo, onze representantes, distribuídos em nove siglas. Divisões que em nada interferem no desempenho individual de cada um deles, nem mesmo do ponto de vista comportamental. Pois são bastante parecidos. Inclusive no pouco que realizam. Raramente se pode vê-los em discussão no plenário. Até nos apartes. Embora apareçam esporadicamente nos vídeos. Sempre, porém, na condição de “fazer número”. A exceção fica por conta do senador pedetista, que teve uma participação razoável na Comissão de Reforma Política. Ainda que, para a dita Comissão, não tenha trazido contribuição nova alguma. Pois suas propostas, assim como as de todos os seus pares, eram antigas – da mesma forma que as são as encaminhadas recentemente por ele, a exemplo da que transforma em crime hediondo os atos de corrupção ativa e passiva, sem quaisquer efeitos práticos, porém capaz de render-lhe dividendos eleitorais consideráveis.
Contudo, em matéria de projeto, pecam os demais representantes do Estado. Esperava-se bem mais dos outros dois senadores. Infelizmente, o democrata e o republicano – até mesmo por terem sidos governadores – deixam bastante a desejar. Tão apagados quanto estão os oito deputados federais, cujas assinaturas não se fazem presentes em proposta de relevância considerável. Têm, portanto, um papel secundário, comparado aos grandes nomes da Câmara Federal. Só se destacam, curiosamente, quando o assunto é emenda ao orçamento da União. Como se a atividade do congressista se restringisse a isso. A ponto do deputado socialista se vangloriar de tamanho feito. Único em quase cinco anos de mandato. O que é uma pena! Tragicômico quando se percebe que esse tipo de comportamento é repetido pelo tucano, progressista-suplente, peessedistas, democrata, republicano e peemedebista. Não escapa ninguém. Todos se prendem ao esquema de “destinar recursos” para o Estado, com os quais cobram dos munícipes que lhes retribuam com votos na próxima eleição.
Isso, no entanto, surte o efeito desejado. Tanto que seis deles foram reeleitos – e alguns com mais de dois mandatos -, sem, contudo, fazerem por merecer. Pois pecam, e muito, no que diz respeito às atividades imprescindíveis dos integrantes da Câmara Baixa. Não têm uma participação considerável nas comissões permanentes da Casa, nem aparecem com freqüência nos apartes do plenário ou em manifestação na tribuna e, tampouco, são autores – individualmente – de projetos consistentes em tramitação. O que significa dizer que estão longe – e põe longe nisso – de possuírem “cacoetes” de legislador. Pior ainda, não se viu nenhum deles fazer um pronunciamento digno de elogio.
O que remete o eleitorado a deduzir que a esgrima não é o forte dos representantes que escolheu. Muito menos eles apresentam “o dom” da oratória. Daí adotarem a cômoda situação na base aliada, ainda que no setor periférico desta, ou deslocado – literalmente falando – na haste oposicionista.
Louremebergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
São, ao todo, onze representantes, distribuídos em nove siglas. Divisões que em nada interferem no desempenho individual de cada um deles, nem mesmo do ponto de vista comportamental. Pois são bastante parecidos. Inclusive no pouco que realizam. Raramente se pode vê-los em discussão no plenário. Até nos apartes. Embora apareçam esporadicamente nos vídeos. Sempre, porém, na condição de “fazer número”. A exceção fica por conta do senador pedetista, que teve uma participação razoável na Comissão de Reforma Política. Ainda que, para a dita Comissão, não tenha trazido contribuição nova alguma. Pois suas propostas, assim como as de todos os seus pares, eram antigas – da mesma forma que as são as encaminhadas recentemente por ele, a exemplo da que transforma em crime hediondo os atos de corrupção ativa e passiva, sem quaisquer efeitos práticos, porém capaz de render-lhe dividendos eleitorais consideráveis.
Contudo, em matéria de projeto, pecam os demais representantes do Estado. Esperava-se bem mais dos outros dois senadores. Infelizmente, o democrata e o republicano – até mesmo por terem sidos governadores – deixam bastante a desejar. Tão apagados quanto estão os oito deputados federais, cujas assinaturas não se fazem presentes em proposta de relevância considerável. Têm, portanto, um papel secundário, comparado aos grandes nomes da Câmara Federal. Só se destacam, curiosamente, quando o assunto é emenda ao orçamento da União. Como se a atividade do congressista se restringisse a isso. A ponto do deputado socialista se vangloriar de tamanho feito. Único em quase cinco anos de mandato. O que é uma pena! Tragicômico quando se percebe que esse tipo de comportamento é repetido pelo tucano, progressista-suplente, peessedistas, democrata, republicano e peemedebista. Não escapa ninguém. Todos se prendem ao esquema de “destinar recursos” para o Estado, com os quais cobram dos munícipes que lhes retribuam com votos na próxima eleição.
Isso, no entanto, surte o efeito desejado. Tanto que seis deles foram reeleitos – e alguns com mais de dois mandatos -, sem, contudo, fazerem por merecer. Pois pecam, e muito, no que diz respeito às atividades imprescindíveis dos integrantes da Câmara Baixa. Não têm uma participação considerável nas comissões permanentes da Casa, nem aparecem com freqüência nos apartes do plenário ou em manifestação na tribuna e, tampouco, são autores – individualmente – de projetos consistentes em tramitação. O que significa dizer que estão longe – e põe longe nisso – de possuírem “cacoetes” de legislador. Pior ainda, não se viu nenhum deles fazer um pronunciamento digno de elogio.
O que remete o eleitorado a deduzir que a esgrima não é o forte dos representantes que escolheu. Muito menos eles apresentam “o dom” da oratória. Daí adotarem a cômoda situação na base aliada, ainda que no setor periférico desta, ou deslocado – literalmente falando – na haste oposicionista.
Louremebergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
URL Fonte: https://arenapolisnews.com.br/artigo/357/visualizar/
Comentários