Aparece cada um
O atual ministro da Justiça - que representa o partido do outrora fuzilamento moral sem direito à defesa das suas vítimas, do pré-julgamento e do patrulhamento ideológico -, produziu esta pérola de pronunciamento para justificar as demissões de cinco ministros de Estado, em dez meses de administração da presidente, após denúncias de corrupção feita pela revista Veja.
“A queda de ministros não afetam em absolutamente nada a governabilidade do país nem desgastam a presidente Dilma Roussef.”
Esse singular depoimento foi feito pelo ministro da Justiça do Brasil, após participar, em Londres, de debate sobre a democracia brasileira.
Será que os ingleses entenderam a nossa democracia, que só demite corrupto quando a imprensa denuncia?
Que essas demissões são a pedido, para não melindrar a democrática base de sustentação do governo? Que o sucessor do ministro demitido, a pedido, é substituído por um correligionário do mesmo partido e mantém toda a estrutura de sustentação do demissionário?
A exceção foi no Ministério dos Transportes. O ministro substituto, que diz ser filiado ao mesmo partido, porém, rejeitado por ele, assumiu o Ministério. Todos os chefes do imenso organograma, e suspeitos de cometerem atos ilícitos, com currículos riquíssimos, foram varridos pela operação faxina, logo desativada por não ser democrática.
Em recente depoimento o atual governador da Bahia disse que o que motiva os políticos são as emendas parlamentares, e não, a corrupção, que é um problema político histórico para ser compreendido.
Avançou mais, e afirmou que ideologia é uma panacéia.
Se os londrinos entenderam ou não como funciona a nossa democracia, isto não sei dizer, mas por aqui essa fala repercutiu como piada do Pânico.
Com essa lama correndo pelo Palácio do Planalto, o ministro pretende nos convencer que essa sujeira não respingou nem um pouquinho nas vestes da presidente e do seu patrocinador.
Quando menos se espera, aparece cada um!
E o que dizer do que acontece por aqui, cujo defensor dos escândalos não é o secretário de Justiça, e sim o da bola murcha?
O assunto do momento nas ruas e rodinhas de Cuiabá, foi o ato de o governador dirigível assumir funções federais de patrulhamento das nossas fronteiras.
Isso é matéria para outro artigo, e deve aparecer alguém pra explicar a compra de tecnologia russa para policiar as nossas fronteiras, já que essa função constitucional é do governo federal, e ele é omisso.
Também esse caso, amplamente divulgado pela imprensa, não atinge a presidente.
O governo federal tem uma linha de prioridades definidas, e conduzida com bastante firmeza pela sucessora do “Cara.”
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