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Opinião
Segunda - 28 de Outubro de 2013 às 01:23
Por: JOÃO CELESTINO CORRÊA DA COSTA

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 Fato: o Brasil precisa urgente refazer seu planejamento estratégico quanto aos investimentos na infra-estrutura. Fato: o País não tem recursos para isso. Fato: o País precisa de crédito. Fato: crédito só tem quem tem credibilidade. 
 
Diante deste cenário, o nosso Brasil sofre uma profunda crise de credibilidade. Não fez o dever de casa. Educação, saúde e segurança, itens de primeira necessidade foram ao longo de uma década deixados de lado. Preocupou-se intensamente com carros para todos, números e não com qualidade. Resultado: afundado em uma das piores crises de credibilidade da história, o Brasil precisa, urgentemente, ter recuperada sua auto-estima e enxergar seu potencial. Em suma, resgatar sua credibilidade.
 
Bem, tudo isto é muito conhecido de todos. A ladainha é a mesma. A pergunta é por onde começar a mudança?
 
Diriam alguns, o Congresso Nacional e o Poder Executivo são os responsáveis! Vamos mudar os homens que comandam a política nacional e mudaremos o rumo do País. Ledo engano. Não adianta mudar a cúpula se a base continua a mesma. Explico: Precisamos oxigenar todas as organizações sociais. Quando paro para pensar que as instituições sociais deste país são comandadas por grupos que se encastelaram no poder dessas entidades, e se agarram a estes postos como se fossem botes salva vidas, gerando perplexidade e desencanto, porque nada muda, isso acaba por refletir no topo da pirâmide. 
 
Exemplos? Vários: as federações das indústrias da vida, os Sesi, as federações de comércio, a OAB, os sindicatos, patronais e dos empregados, as entidades esportivas, os partidos políticos. Notem, não é um problema de Mato Grosso. É nacional. É cultural. Todos que chegam ao poder logo se armam para permanecer indefinidamente em seus beirais, alguns querem ter direito hereditário sobre o comando das entidades. 
 
Se os principais líderes políticos são forjados nestas instituições sociais e acabam por bancar suas campanhas, é preciso mudar o comando das instituições, renovar, dar vez aos novos comandos. No caso de Mato Grosso, exemplos claros dessa situação ocorrem em diversas entidades. Basta passar os olhos pelas classes de comando de cada uma delas, Famato, FIEMT, Fecomércio, Federação Mato-grossense de Futebol, UNIMED, OAB, dentre outras.
 
As pessoas não podem se encastelar no poder, porém, é isso que nós temos assistido nos últimos tempos. No Brasil não há alternância de poder. Mas sabemos os males que a perpetuidade no poder gera! Assim como sabemos o bem que a pluralidade faz, e acaba por legitimar a democracia. Nenhum governo é tão bom quanto dizem seus dirigentes, e nem tão ruim quanto dizem os adversários! As administrações vivem de altos e baixos, por isso, não podem ser perpetuadas, e as instituições têm de estar preparadas para cobrar o necessário, o que infelizmente não acontece. Essa rede de proteção aos detentores de poder é que torna mais difícil ainda a renovação de ideias e ideais em nosso país. 
 
A oxigenação e formação de novas lideranças é uma necessidade de todas as nações, e no Brasil isso fica represado, com velhas raposas políticas, que nunca se aposentam! Mas pelo menos na política partidária as raposas ainda são democraticamente eleitas, enquanto nas entidades sociais, nem sempre o processo eleitoral é transparente e democrático. Muito pelo contrário. Sempre existe a vírgula que concede uma nova roupagem ao velho combalido politiqueiro de plantão.
 
Nossos filhos precisam ter a esperança que é possível mudar! Mas a mudança começa em nosso terreiro!
 
JOÃO CELESTINO CORRÊA DA COSTA é advogado militante em Cuiabá


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