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Opinião
Sexta - 09 de Dezembro de 2011 às 22:48
Por: Lourembergue Alves

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Prosseguem as especulações político-eleitorais. São elas, aliás, que movimentam o tablado nacional. Pois grande parte dessas especulações é criada pelas próprias lideranças políticas. Isso ocorre em razão de seus interesses particulares, e são, exatamente, por conta destes que o tabuleiro da política se vê sempre em movimento. Não apenas o nacional. Mas, também, o regional e o local. Em Rondonópolis, por exemplo, já se tem nomes de interessados a disputa da prefeitura.

 O atual prefeito se encontra entre eles. Mesmo diante da insatisfação de parte da população. Insatisfação causada pelos equívocos do gestor rondonopolitano, o qual insiste em manter a sua administração um tanto distante dos munícipes localizados entre a área central e o cordão periférico da cidade. São estes, afinal, que se vêem alheios as estratégias populistas implantadas, e, por conta disso, sentem-se livres para fazer críticas ao jeito de administrar do peemedebista José Carlos do Pátio. Críticas que, muitas vezes, encontram eco dentro do PMDB, e fortalecem as vozes que se mostram resistentes a sua candidatura a reeleição. Inclusive por quem está bastante próximo do governador e do presidente do partido no Estado.

O que realimenta antigas desavenças entre eles, a exemplo do apoio ao representante do PSDB nas eleições de 2010, contra a candidatura do governador – uma espécie de troco ao comportamento de Silval Barbosa na eleição de 2008, quando, na época, o vice-governador esteve ausente do palanque peemedebista na “Rainha do Algodão”.
Comportamentos, portanto, pautados pela infidelidade partidária. Infidelidade que, sequer, foi discutida dentro do partido. “Nem deveria”, no dizer de um integrante histórico da sigla, uma vez que “a punição permitiria as cisões sem precedentes na agremiação”. O que enfraqueceria o partido nas disputas eleitorais. Inclusive em Rondonópolis. Nesta, apesar de tudo, o prefeito ainda é o grande nome do PMDB.

Nome que tem como adversários três outros. Percival Muniz (PPS), talvez seja o maior deles. Embora, nos últimos dias, vem perdendo terreno em função de uma possível candidatura de Adilson Sachetti (PDT). Candidatura que ameaça a existência do “Movimento Mato Grosso Muito Mais” – já enfraquecido pela ausência de um articulador com habilidade o bastante para amenizar as crises registradas, as quais se devem basicamente a vaidade e a inconsistência do discurso.

Situação que permite o aparecimento de um terceiro nome. Desta feita, pelo PSDB, que continua na base aliada municipal, porém não mais esconde sua decepção e desconforto. A ponto, por exemplo, do ex-governador Rogério Sales (PSDB) já se aparecer como um dos pretendentes à disputa.
São, portanto, quatro pretendentes. Nomes oriundos de famílias tradicionais da cidade, cujas histórias de vida sempre estiveram ligadas – de alguma forma – ao poder local.

Desaparece, então, o discurso “do novo”, “do não ser político tradicional” e, enfim, do “diferente”. Desaparecimento que pode diminuir o excesso de maquiagem na disputa, e, assim, permitir um debate sobre “promessas” para a cidade. Ainda que ao som das especulações. Pois político brasileiro algum sobreviveria sem elas.      

Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.   
 


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