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Opinião
Quinta - 26 de Abril de 2012 às 15:53
Por: Wilson Carlos Fuá

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A expressão “fogo amigo” em inglês “friendley fire”, era usado na guerra, quando aliados atacavam aliados ou inimigos atacavam inimigos, isto por erro de avaliação ou por confundir uso de uniforme ou aeronaves.

Mas atualmente esse termo é usado na política quando a “base aliada” ou base falsa começa a bater no lado errado, ao invés de defender o lado certo, é como se um aliado confundisse o lado amigo e comesse a jogar o jogo do inimigo, e a partir daí passa desferir ataques covardes como se tivesse ajudando, o famoso “bate e assopra”, e essa ação tem três pontos estratégicos:
 
   1 – Usar como chantagem de destruição de imagem, no sentido de buscar as melhores vagas nas Secretarias mais importantes e com maiores orçamentos, e quando não tem sucesso com os ataques desferidos,  parte para as ameaças veladas, como, vamos abandonar a base de sustentação, no intuito de enfraquecer o governo;

2 – Dispara críticas em todos os componentes do governo, como se ele fosse o mais preparado,  como se apenas ele fosse “expert” em governar. Usando todo tipo de críticas duras e sistemáticas, e  depois,  diz que esses ataques e bombardeios é no sentido de só quer ajudar, se caracterizando no vazador de todas as conversas estratégicas do governo, passando a minar as ações de governo, enfraquecendo até a morte;
 
  3 - Usando a roupagem de aliado e amigo, passa a imagem de confiança e todo tipo de confidência. Na política o pior inimigo é um ex-aliado, um ex-amigo, porque sabe todos os seus pontos fracos, os segredos inconfessáveis e os pontos vitais do poder. 

A melhor saída para aqueles que são atingidos pelo  “fogo amigo”, é identificar o falso aliado, e imediatamente excluí-lo da base aliada, após a  identificação da decisão  que deve ser rápida, para estancar  a  sangria,  aumentando a sobre-vida do governo com estabelecimento de uma imagem forte e definitiva, que dará maior estabilidade nas ações de governo e conseqüentemente dará maior fôlego para o enfrentamento dos sérios problemas que aparecem diariamente em todos os níveis.

Uns até acham que o melhor caminho seria desvalorizar as críticas  minimizando os ataques,  não dando respostas e não passando recibo. Outros já acham que a melhor defesa é o ataque, ou seja, como os tentáculos do governo são muito fortes, ao identificar o “fogo amigo”, é só direcionar todo  poder da Secretaria de Comunicação em termo de mídia,  apontar ao alvo certo, disparar  os contra-ataques até destruí-lo ou isolá-lo totalmente, sem demandar tempo. 

Em todos os governos bem sucedidos no  combate ao “fogo amigo”,   o primeiro passo é definir por um agente intitulado de “Porta Voz”, cabendo a ele, promover as coletivas e dar explicações sobre as críticas recebidas pelo governo, tendo por base as defesas elaboradas por uma cabeça pensante, iluminada e bem informada, que não é da Secretaria de Comunicação, mas sim da Casa Civil, o Porta Voz, não responde nenhuma pergunta, apenas faz a leitura do texto escrito e encerra a coletiva. 

Nos governos militares as informações vinham  do SNI que colhia as informações e passavam ao “cabeça pensante” Golbery do Couto e Silva, chamado pelos inimigos e pelos “fogos amigos” como: “Pai do Monstro”.  Ele pouco aparecia, mas era o comandante do poder de estratégia das ações do governo e municiava os contra-ataques, usando da sua inteligência inigualável e de informações privilegiadas, ficando a imagem do governo inatingível, assim cabia ao governo apenas governar com uma  imagem sempre forte, firme e decidida, e ao Porta-Voz, (pessoa insignificante, não acessível e não falante) cabia a ele, apenas ler o que era editado na Casa Civil no sentido de destruir os inimigos e estancar o maldito “fogo amigo” ou falsos aliados. 

O certo é que não tem como governar um país ou um estado apenas como um conciliador, tentando agradar a todo mundo sem que em algum momento tenha que promover ações duras e necessárias, e que fatalmente irá  contrariar interesses localizados e não localizados.             
     
         Ninguém consegue amansar um monstro de 24 cabeças, usando apenas duas mãos carinhosas.

Economista Wilson Carlos Fuá – É Especialista em Administração Financeira e Recursos Humanos



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