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Opinião
Sábado - 28 de Abril de 2012 às 07:00
Por: Paulo Zaviasky

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Quando existia o Banco do Brasil por aqui, os clientes recebiam compensações por deixar suas moedas nos cofres da nação. Hoje, pagam para isso.

Metade dos clientes reclamava de tudo. Do ventilador com defeito, pois não havia ar-condicionado; da enorme fila de apenas três ou quatro, vejam só, ou do bancário-manequim que não sorria muito para alguns... Não se admitiam mulheres naquela época.

Enfim, reclamavam até do “estacionamento” que nos dias de “pico”, na metade ou no final de cada mês, entupia de clientes, mais de trinta ou cinquenta pessoas, e faziam aqueles mais abastados que possuíam um carro estacionarem a quase vinte metros da porta principal do Banco da História do Brasil.

Ora, justamente eles, coronéis de fazendas, da política e do dinheiro, serem “obrigados” a andar quase vinte metros para entrar no banco, acostumados que estavam a exigir de seus motoristas que estacionassem certinho à frente da porta principal.

Com o detalhe que tal “estacionamento” nada mais era do que a própria rua, onde também ficavam estacionados os cavalos, as carroças, as charretes e até carros de boi.

Não havia ladrões e nem bandidos. Ninguém corria perigo. É claro que roubavam, como roubaram, muito mais que agora. Mas, tudo com classe.

Mesmo os mais ferozes desafetos que nunca iam para a cadeia e, sim, para o Cemitério da Piedade sabiam que o assassino sempre pedia perdão a Deus, se confessava na igreja e recebia todos os perdões necessários diante das eternas doações generosas.

E os funcionários do Banco do Brasil que não eram considerados bancários. Sempre sorridentes pelo salário acima do bem e do mal, atendiam e resolviam todos os problemas, até dores nas costas e ciáticas dos melhores clientes.

Aí, inventaram uma tal de “privatização”, ideia do ministro da Inglaterra, hoje falida, senhor Margareth Tachter, como “ele” gostava de ser nominado, e Collor de Mello copiou, tenta recuperar todos os bens que venderam aos espertalhões, da mesma forma que fizeram com os bens do povo brasileiro e do povo cuiabano.

Aqui, a porca torce o rabo! Inventaram até o computador. Hoje, aqueles mesmos nervosos clientes sentem saudades do calor e dos conselhos humanos daqueles funcionários heróis. Transferiram todos os serviços bancários para os próprios clientes. E ainda cobram por isso.

Nossa Constituição Federal, lotada de imbróglios, malfeita, é, hoje, uma colcha de tapas e beijos para impunidades, prescrições e injustiças sociais.

Tanto é, que desune irmãos, segrega raças, impõe perigosos muros entre seres humanos quando o foco é a fome, a pobreza, o retorno a uma vida digna de todos.

Mas, o que fizeram e estão fazendo os políticos brasileiros? Privatizaram tudo! Sucatearam a saúde pública desviando verbas e remédios, entre outras coisas. Abandonaram a segurança pública onde cada um reza por si e seja lá o que Deus quiser.

Vejam só o que fizeram com a educação: privatizaram até o apontador de lápis e as professoras. Terceirizaram a Aritmética.

E o circo do povo? Privatizaram até o futebol dos esquemas de jogatinas de azar ao sabor da máfia já denunciada e impune.

O que nos resta são os políticos das mentiras! Os políticos mentirosos já surgem nos horizontes de Cuiabá prometendo saúde, segurança, educação e o circo. Tudo mentira! Como podem prometer algo que já não é nosso e nem deles? Já privatizaram até a água e a luz. Só falta venderem o ar que respiramos.

Querem ser eleitos para fazer o quê? Varrerem a rua? Ou algum Deus surgirá para tomar tudo de volta? Caro eleitor, pergunte a todos os candidatos o que farão quando eleitos.

Só cobrar, arrecadar e distribuir como estão fazendo com tanta sede nesse pote da vergonha não vale! Olhem bem a cara de candidatos que disserem que farão isso e aquilo. Nesta campanha, quem prometer é mentiroso, segundo um “blablabá” por aqui.


* PAULO ZAVIASKY
é jornalista
verpz@terra.com.br



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