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Rixas Pessoais na Campanha Eleitoral – II
O jogo político-partidário é personalizado. Por conta disso, evidentemente, as desavenças pessoais apimentam as campanhas eleitorais. Até mesmo em substituição as idéias. Estas, aliás, jamais estiveram presentes nas disputas políticas. Igualmente se pode dizer de programas ou projetos de governo, cujos lugares foram tomados pelas brigas entre fulano e beltrano, os quais sempre vão ter a sua própria torcida, que ora aplaude ora se recolhe.
Quadro empobrecedor. Bem mais quando se percebe que os destinos de um município e de seus habitantes pouco importam, pois acima deles estarão sempre os interesses particulares, individuais. São estes, não as vontades e/ou necessidades coletivas, a nortearem a disputa, por exemplo, pela prefeitura de Sinop – pólo econômico relevante de Mato Grosso.
Essa situação é tão evidente que basta dar uma olhada pelas páginas da mídia local, bem como a regional. Não será preciso grande esforço, nem possuir o tino de pesquisador. Pois os ataques pessoais são claros e diretos, dividindo assim a opinião pública. Num dado momento, o atual prefeito despreza e desafia o ex-prefeito; em outro, o antecessor – que não é candidato, mas influencia a oposição – reage à agressão sofrida. Assim, a arena política torna-se um ringue, onde os desafetos agridem mutuamente. As denúncias, utilizadas por cada um deles, são duras e fortes, e atingem em cheio o oponente. O nocaute, contudo, está longe de acontecer. Pois os pugilistas com ou das palavras sempre ressurgem com novos golpes. Dias desses, o peessedebista Nilson Leitão dizia que “os rendimentos” do peemedebista “teriam multiplicados, após ter se tornado prefeito em 2009”; enquanto do lado oposto, o seu adversário rebatia: “Se é para falar em enriquecimento ilegal, é só levantar os dados dele”. “Juarez Costa”, responde o tucano, “tem que ao menos tentar terminar o mandato, porque eu consegui terminar os meus dois”, e, agora, sou deputado federal. Foi, então, que o candidato a reeleição engrossou: “Tá na hora dele parar de falar e mandar emenda, até hoje só teve uma R$ 1.450 milhões, o que é muito pouco”. A resposta do tucano não demorou. Veio em forma de novo ataque: “Ele é um mentiroso, muito se assemelha ao Pinóquio”. “Faz uma administração baseada em muita propaganda”. O prefeito, então, desafiou: “pegue os meus três anos de gestão e os oito do Nilson Leitão e você vai ver que as minhas realizações dão três por um nas dele”. “Coitado!” – revida o deputado – “Não tem nenhuma obra de vulto e as que têm em Sinop fui eu que deixei”. “Na última pesquisa” – contra-ataca o peemedebista-candidato – “eu estava dando três e meio por um”.
A disputa pelo poder de mando local, portanto, se resume nesses ataques. Isso porque os partidos de oposição e da situação gravitam em torno desses dois adversários políticos, que vêem engrossados as próprias fileiras com grande parte dos eleitores – curiosamente excluída das benesses do governo.
Inexistem, contudo, as soluções aos problemas registrados. Pois faltam projetos, programas.
Resulta-se daí um prejuízo enorme para toda a população – hoje na dúvida se irá renovar a carteira de trabalho do atual gestor, ou se faz opção por outro candidato, embora também destituído de idéias (Continua no próximo artigo).
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
Quadro empobrecedor. Bem mais quando se percebe que os destinos de um município e de seus habitantes pouco importam, pois acima deles estarão sempre os interesses particulares, individuais. São estes, não as vontades e/ou necessidades coletivas, a nortearem a disputa, por exemplo, pela prefeitura de Sinop – pólo econômico relevante de Mato Grosso.
Essa situação é tão evidente que basta dar uma olhada pelas páginas da mídia local, bem como a regional. Não será preciso grande esforço, nem possuir o tino de pesquisador. Pois os ataques pessoais são claros e diretos, dividindo assim a opinião pública. Num dado momento, o atual prefeito despreza e desafia o ex-prefeito; em outro, o antecessor – que não é candidato, mas influencia a oposição – reage à agressão sofrida. Assim, a arena política torna-se um ringue, onde os desafetos agridem mutuamente. As denúncias, utilizadas por cada um deles, são duras e fortes, e atingem em cheio o oponente. O nocaute, contudo, está longe de acontecer. Pois os pugilistas com ou das palavras sempre ressurgem com novos golpes. Dias desses, o peessedebista Nilson Leitão dizia que “os rendimentos” do peemedebista “teriam multiplicados, após ter se tornado prefeito em 2009”; enquanto do lado oposto, o seu adversário rebatia: “Se é para falar em enriquecimento ilegal, é só levantar os dados dele”. “Juarez Costa”, responde o tucano, “tem que ao menos tentar terminar o mandato, porque eu consegui terminar os meus dois”, e, agora, sou deputado federal. Foi, então, que o candidato a reeleição engrossou: “Tá na hora dele parar de falar e mandar emenda, até hoje só teve uma R$ 1.450 milhões, o que é muito pouco”. A resposta do tucano não demorou. Veio em forma de novo ataque: “Ele é um mentiroso, muito se assemelha ao Pinóquio”. “Faz uma administração baseada em muita propaganda”. O prefeito, então, desafiou: “pegue os meus três anos de gestão e os oito do Nilson Leitão e você vai ver que as minhas realizações dão três por um nas dele”. “Coitado!” – revida o deputado – “Não tem nenhuma obra de vulto e as que têm em Sinop fui eu que deixei”. “Na última pesquisa” – contra-ataca o peemedebista-candidato – “eu estava dando três e meio por um”.
A disputa pelo poder de mando local, portanto, se resume nesses ataques. Isso porque os partidos de oposição e da situação gravitam em torno desses dois adversários políticos, que vêem engrossados as próprias fileiras com grande parte dos eleitores – curiosamente excluída das benesses do governo.
Inexistem, contudo, as soluções aos problemas registrados. Pois faltam projetos, programas.
Resulta-se daí um prejuízo enorme para toda a população – hoje na dúvida se irá renovar a carteira de trabalho do atual gestor, ou se faz opção por outro candidato, embora também destituído de idéias (Continua no próximo artigo).
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
URL Fonte: https://arenapolisnews.com.br/artigo/278/visualizar/
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