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Opinião
Sexta - 04 de Maio de 2012 às 16:21
Por: Juacy da Silva

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Na última segunda quarta feira o impostômetro, instalado em uma grande praça da capital paulista, indicava que durante os primeiros quatro meses de 2012 os contribuintes brasileiros já haviam arrecadados para os cofres da União, dos Estados e Municípios a “bagatela” de meio trilhão de reais. Tudo leva a crer que até o final deste ano a carga/extorsão tributária deverá carrear mais de um trilhão e meio de reais aos cofres públicos, dos quais mais da metade serão gastos com pagamento de juros, encargos, amortização e rolagem desta dívida que cada vez mais sufoca o país.

Quando a Presidente Dilma comparece aos foruns internacionais usa sempre um chavão já bem surrado sobre a responsabilidade dos países desenvolvidos em relação aos nossos problemas econômicos, financeiros e até de ineficiência do nossos sistema produtivo e de gestão sem transparência.

Enquanto nossa Presidente gosta de culpar terceiros, a corrupção no governo federal, estados e municípios corre solta, surrupiando pelo menos 10% de nosso PIB, seja de forma direta seja de forma indireta através de burlas nos sistemas de licitação e contratos de obras e serviços.

Ao longo desses dois anos de governo, vários ministros foram defenestrados ou cairam fora da administração pública acusados de corrupção. Jogando para a torcida o marketing e propaganda oficiais enfatizaram a faxina que estaria sendo realizada pela presidente. Todavia, além das demissões nada mais aconteceu. Ninguém foi preso, o dinheiro surrupiado pelos corruptos nunca voltou e jamais voltará aos cofres púbicos e, pior do que isto, os ministérios, autarquias e cargos de segundo e terceiro escalões continuaram sendo propriedade dos mesmos partidos, os quais indicaram outros correligionários ou protegidos para tais cargos.

Fica difícil entender como um partido iria levar adiante algum processo para responsbilizar antigos detentores de mandatos ou cargos de primeiro ou segundo escalão, já que existe um loteamento e aparelhamento do Estado brasileiro pelos partidos que integram o governo. Isto vem de longe e foi ampliado no governo do PT e seus aliados.

Agora surge o circo, melhor CPMI do Cachoeira e este espetáculo circense tem início com verdadeiras cenas dígnas de serem acompanhadas, onde o verdadeiro palhaço continua sendo o povo, este mesmo povo que recolhe trilhões de reais aos cofres públicos, mas que não pode saber o que realmente corre ou escorre nos porões do mundo político.

A existência do sigilo das investigações levadas a cabo pela Polícia Federal, uma pequena parte já de conhecimento da opiniãopública através da mídia, deverão ficar longe do conhecimento do povo, numa clara demonstração que este procedimento deverá ou serve apenas para ocultar os corruptos e seus tentáculos na administração pública.

Outra forma de proteger os corruptos e, indiretamente os governantes, são as manobras quanto aos trabalhos da CPMI, que, diga-se de passagem, vai acabar na maior pizza já feita em nosso país. Por exemplo, querem deixarr de lado investigações das ligações de Cachoeira e da Delta, maior construtura do país, com o Governo Federal, Governo do Rio de Janeiro, Governo de Goiás e outros mais. Parece que ao final, no frigir dos ovos, pouca gente grauda vai cair na rede. Nada se fala em relação aos financiamentos de campanha patrocinados pela Delta e todas as demais grandes construturas e fornecedores do Governo Federal, Estaduais e Municipais.

Existe um clamor nacional por moralidade, ética, transparência na gestão pública e combate de fato `a corrupção e aos corruptos. Mas parece que nem mesmo esses vocábulos sejam usados pela Presidente, que prefere falar em “mal feitos”. Será que esses malfeitores da sociedade um dia vão parar na cadeia ou apenas uns poucos, deixando a maioria livre para continuarem suas açoes deletérias?

CPMI em um Estado de Direito e democrático é imcompatível com sigilo. A quem deseja nossos governantes protegerem? Com a palavra os “representantes” do povo no Congresso Nacional.


*JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e mestre UFMT, Ex-Diretor da ADUFMAT e Ex-Ouvidor Geral de Cuiaba, mestre em sociologia. Articulista de A Gazeta.Blog www.professorjuacy.zip.net Twitter @profjuacy Email professor.juacy@yahoo.com.br


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