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Opinião
Segunda - 18 de Novembro de 2013 às 01:00
Por: Helder Caldeira

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 Ao contrário do que pode pensar a militância petista ululante, não há vestígio de felicidade ou comemoração naqueles que, com consciência e responsabilidade, tentam vislumbrar e buscar um Brasil melhor, mais justo e, principalmente, sem corrupção e fisiologismos políticos mazelares. Assistir a condenação e prisão da alta cúpula do Partido dos Trabalhadores não é agradável. Ao contrário: é deprimente, é vergonhoso, é abjeto.
 
 
 
Abjetas também foram as manifestações dos mensaleiros condenados em suas supostas rendições, logo após o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, expedir seus mandatos de prisão. Punhos cerrados e gritos de guerrilha armada setentista a disfarçar o ar cínico de quem tenta consagrar alguma vitória. “Viva o PT! Viva o Brasil!”, bradaram os novos presidiários ao (ir)respeitável público. Vitória pírrica, tão somente.
 
 
 
Não há nada que mereça louvor. O presidente reeleito do PT, deputado Rui Falcão, até tentou aproveitar a marola e colar em José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoino e no resto da patota a alcunha façanhosa e anacrônica de “presos políticos”. Não são! Não há heróis nessa história. No dia da “Res publica” — aquilo que, de fato, nunca fomos —, diletos amigos e companheiros servis da atual presidente Dilma Rousseff e do todo-poderoso e popular Luiz Inácio Lula da Silva foram parar no xilindró, condenados por vasta corrupção e desvios de recursos públicos para alimentar os cofres do partido e um projeto alienante de desmesurado poder.
 
 
 
Nada mais são que criminosos, rol nauseabundo que passam a integrar, fotografados e fichados. São políticos presos, “colarinho branco”, espécie raríssima de banana num país cuja Justiça é aparelhada e fartamente garantista. Nenhum espanto em tempos mascarados tão “robertocarlistas-caetânicos-chiquistas”. No entanto, qualquer gabo é pura desfaçatez. Qualquer salva de artilharia militante é mero contorcionismo eleitoreiro, terrorismo tropical.
 
 
 
Ademais, que fim poderá ter a comemoração dos mensaleiros à porta da cadeia? Jubilar à revolução dos analfabetos e semianalfabetos que já somam quase metade da população brasileira? Mártires do parasitismo estatal sustentado nas urnas por bolsistas? Líderes de um movimento que transformará o Brasil, em definitivo, numa “Bananeira-Jeitinho” onde malandros, pilantras e desavergonhados têm mais valor que os cidadãos sérios e honestos? Feliz da nação que não cultua o charlatanismo como essência de governo.
 
 
 
Os punhos cerrados hão de esmorecer. Ao grito de guerrilha restará o silêncio obsequioso de seus pares. Vestes caras zebradas atrás das grades de uma cela prisional. É o penúltimo capítulo de um roteiro tragicômico onde um sultão disfarçado de operário ordena que seus asseclas comuno-socialistas bailem pelos salões palacianos na ilustre companhia de coronéis e senhores feudais, dividindo não apenas valsas e tangos, mas todo enorme quinhão afanado diariamente dos cofres públicos, alimentados por uma das maiores cargas tributárias do planeta.
 
 
 
Seria isso a revolução dos proxenetas? Como noutros inúmeros casos semelhantes desde 2003, o vertiginoso silêncio de Lula e Dilma cumpre a missão de responder à questão mais trivial: quão tolerante pode ser um presidente da República com os crimes de seus companheiros, sem deixar transparecer que está chafurdando no mesmo lodaçal? Cumpre reiterar: não há heróis ou mártires nessa história abjeta.
 
 
 
Dois vivas às bananeiras vermelhas... e um fim: o xilindró!


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