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Opinião
Quinta - 10 de Maio de 2012 às 18:11
Por: Gabriel Novis Neves

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Bastou a revista inglesa The Economist decidir que não iria mais publicar nenhum número oficial fornecido pelas autoridades econômicas da Argentina, para que o excelente jornalista J.R.Guzzo comentasse sobre números na revista Veja.

Aqui em Cuiabá, existe um site que não tem anunciantes oficiais, porque sempre se negou a reproduzir os informes publicitários prenhes de números e os releses oficiais.

Por sorte do governo ninguém lê esse site.

Não dá para acreditar nos números oficiais. Essa mentira foi incorporada à nossa cultura política, onde o feio é perder eleição.

Os governos, de um modo geral, são useiros e vezeiros em espalhar mentiras a respeito da nossa situação, especialmente a que envolve economia.

Na parte social tentam encobrir o sol com a peneira ou dourar a pílula do fracasso, mas é difícil. O máximo que conseguem é dizer, com um sorriso amarelo, que estão estudando o caso – coisa que ninguém acredita.

Quando alguém assume um cargo público de relevância, presume-se que esteja preparado para o exercício do mesmo.

Imaginem um médico com a barriga de um paciente aberta no centro cirúrgico e ele dizendo à família que irá estudar o problema. A situação é mais ou menos como esta.

A falta de credibilidade dos órgãos públicos é tamanha, que uma empresa jornalística para informar o pacote de números que chega às redações, só com o invólucro de Informe Publicitário, muito bem cotado no comércio do engodo.

Só assim o veículo de comunicação de massa não perde totalmente a sua credibilidade com relação ao conteúdo da matéria, e o leitor sabe que está lendo uma matéria que foi paga para ser divulgada.

Um turista desavisado que estiver descansando em um quarto de hotel, será tão bombardeado pelos anúncios pagos pelo governo, que chegará a se surpreender com tantos avanços que conseguimos nos últimos meses.

Alterações que antigos moradores notaram na velha capital nesses últimos anos, foi a caiação de algumas igrejas, com auxílio ou parceria - como o pessoal do governo gosta de se referir a esse racha de gastos.

Alguns prédios públicos situados em lugares de grande visibilidade também foram caiados.

Os reparicos feitos pelos governos anteriores não existem mais.

Na realidade, estamos cheios de mágicos, transformistas e maquiadores de números oficiais - referente à economia de muitos países.

No caso citado foi a Argentina, mas a carapuça serve para qualquer um dos seus irmãos do continente sul americano.

Somos “hermanos” e estamos no mesmo barco furado do MERCOSUL.

O caos está implantado, e coragem para tomar medidas adotadas pelos tigres asiáticos por estas bandas, nem pensar.

Temos tradição de jogar as nossas sujeiras para debaixo dos tapetes e empurrar os grandes problemas com o nosso próprio umbigo.

Se a The Economist falou que nossos vizinhos da terra do tango não usam a verdade quando publicam os números da sua economia, então podemos falar que a credibilidade internacional acha que esses dados funcionam como o conto do vigário.

Para recuperar a sua credibilidade, o aceite por estas bandas tem que vir de fora.

É assim que funciona as coisas públicas, por lá e por aqui.

 



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