Nas vitrines da mídia
Em meio ao estardalhaço de fatos negativos que tomam conta dos espaços e do tempo dos veículos de comunicação tradicionais e as chamadas mídias sociais e interativas, as noticias positivas somem e, na maioria das vezes, não ganham destaques nas manchetes e chamadas. Ocupam pouco ou quase nenhum lugar nas prateleiras e vitrines da Imprensa, por mais importante e até inovador que seja o seu conteúdo.
É a lógica perversa da informação, pela qual só vira notícia o avião que explode no ar ou se espatifa no solo – nunca o que chega normalmente e em segurança ao destino!
De acordo com essa demanda para suprir os consumidores da multimídia, cada vez mais ávidos por relatos sobre escândalos e tragédias, acabam passando despercebidas informações relevantes para a humanidade, como é o caso da que se refere sobre um medicamento descoberto nos Estados Unidos denominado Truvada e que, comprovadamente, age como espécie de vacina com uma eficácia que varia de 45 a 73% na prevenção contra o vírus da Aids.
É um passo importante na erradicação dessa enfermidade mortal e dá esperança de que se está no caminho para fazer dentro em breve – torcemos - um imunizante capaz de prevenir contra a Aids 100% dos indivíduos que fizerem uso do remédio.
Sabe-se que a cura da moléstia não foi ainda descoberta, salvo em alguns casos que podem ser consagrados como verdadeiros milagres da fé ou da medicina. Mas, em muitas situações, através de várias terapias, inclusive a que se utiliza do Truvada em combinação com outros compostos, químicos ou naturais, prolonga-se por muitos anos o tempo de vida de aidéticos. Entretanto, notícia de cura completa, ao que me recorde, ainda não li e nem ouvi nada a respeito. A primeira é esta que se tornou alvo do nosso enfoque, neste espaço de opinião, e sem dúvida alguma representa um marco histórico e científico na luta pela procura de medicamentos capazes de combater essa enfermidade.
Os cientistas e médicos, após testes iniciados em 2004 com a aplicação do Truvada, recomendaram à agência reguladora norte-americana de medicamentos e alimentos (cuja sigla em inglês é FDA) o uso da droga no tratamento dos pacientes.
Porém, infelizmente, até notícias boas têm o seu lado ruim e, no caso desta, é o fato que alguns especialistas e integrantes de grupos que defendem os direitos da comunidade infectada ou na faixa de risco com maior possibilidade de contrair o HIV, temem que a aprovação oficial do uso do Truvada possa fazer com que os usuários adquiram uma falsa
sensação de segurança e assim diminuir a prevenção e os tratamentos paralelos.
Um raciocínio, a nosso ver, equivocado o dos que se colocam contra a aprovação do medicamento pelo Governo dos Estados Unidos, pelo simples fato de que se essa regra tivesse sido antes estabelecida não se teria descoberto e disseminada a aplicação de tantas outras vacinas e remédios que baniram ou minimizaram os efeitos de várias doenças que afligiam a humanidade, como, por exemplo, a paralisia infantil, entre outras.
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