Rio+20 é o tema
Ainda que pesem algumas dúvidas sobre presenças como as de Barack Obama, dos EUA, e Angela Merkel, da Alemanha, a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente, a Rio+20, a se realizar em junho no Rio de Janeiro, ela não poderá ser ignorada como um marco de condutas humanas para o século 21. Na verdade, vai além das discussões sobre o meio ambiente, porque a ideia de sustentabilidade é muito maior.
Para chegar até aqui, a humanidade gastou gente, gastou recursos financeiros e recursos naturais até um nível de exaustão como o atual. Em 1992, na conferência Eco-92, o conceito de sustentabilidade surgiu como doutrina que desde então vigorou embora não tenha sido completamente construída até agora. Implicou numa profunda mudança no modo de pensar da humanidade. A Rio+20, vem exatamente 20 anos depois e se defronta com temas novos como os oceanos, água, energia, cidades, transportes, comunicações, segurança alimentar, o uso racional dos recursos humanos e naturais, valores culturais e valores ambientais de alguns recursos com a floresta, a conciliação do capital financeiro com um humanismo sempre desejado ao longo da história humana.
O secretário geral da conferência Rio+20, Luiz Alberto Figueiredo Machado, definiu bem o evento: “é a incorporação do desenvolvimento sustentado como paradigma para o nosso progresso e desenvolvimento”.
Mato Grosso vai para a Rio+20 com temas muito importantes como as questões florestais e o agronegócio, duas posições onde se concentram a sua economia. Na questão florestal a Confederação Nacional da Indústria-CNI, vai levar um guarda-chuva de temas industriais, chamados de fascículos, entre eles a sustentabilidade florestal, cuja formulação contou com o CIPEM-Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira, numa forte visão e compromisso de sustentabilidade. Já o agronegócio vem de experiências bem claras como o compromisso assumido com entidades do mercado mundial consumidoras de grãos produzidos no estado, e a própria evolução de gestão e de tecnologia dos empreendedores do setor.
A “economia verde”, provavelmente seja um dos conceitos novos que sairão da Rio+20. Mas sairão também conceitos sobre o uso de energias sustentáveis para todos os fins, a comunicação como elemento de ligação humana, mas como economia de recursos naturais, a erradicação da pobreza, as questões do consumo, etc. Dizem os filósofos que quando amadurece, um tema se torna visível. Está maduro o conceito de sustentabilidade. Falta agora construí-lo de forma completa, para que nos próximos 20 anos, não tenhamos que repetir o paradigma de hoje, quando o mundo consome recursos naturais equivalente a dois planetas, sem que isso resulte no bem-estar social justo para toda a humanidade. Voltarei ao assunto.
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