Mundo sem drogas
A UFMT, na entrega da luta contra as drogas, pela sua estratégica localização geográfica, (ao lado de um país exportador de todas as drogas ilícitas para abastecer grande parte do mercado nacional e internacional) está consciente da impossibilidade de alcançar o que a ONU (Organização dês Nações Unidas) propôs em 1998 para um mundo sem drogas.
A produção e o consumo clandestinos mantêm-se, apesar da “repressão”.
O governo de Mato Grosso, diante do descaso do governo federal com a fiscalização das nossas fronteiras, ensaiou uma compra de jipes na Rússia para esse fim.
Surgiram no mercado drogas sintéticas que se espalharam pelo mundo.
Enquanto isso, a prevenção e tratamento do usuário criam verdadeiros estigmas, dificultando mais ainda o seu combate.
O negócio ilícito das drogas gera ganhos altíssimos, criando um ambiente de promiscuidade entre traficantes e autoridades públicas.
É o crime organizado de braços dados com a corrupção, colocando mal o Brasil diante do mundo.
Quando as instituições públicas são corrompidas pelas altas propinas do crime organizado, aparecem drogas e armas gerando um clima de grande violência e insegurança à população.
Esse mal atingiu a nossa Cuiabá, que vive em um clima de corrupção, impunidade, drogas e violência.
No combate as drogas é importantíssimo reforçar a saúde pública, que nos leva à melhores resultados que essas espalhafatosas operações de repressão de efeitos midiáticos.
Temos bons exemplos que poderíamos copiar. Em Portugal, desde 2001, a posse e o porte de todas as drogas para consumo pessoal foram descriminalizados.
É importante frisar que descriminalizar não significa legalizar. Significa dizer que os infratores não são encaminhados à Justiça Criminal e, sim, acolhidos por comissões especiais, cujo objetivo é auxiliar o usuário e preservar a sua saúde.
Após dez anos dessa política, Portugal reduziu a criminalidade, produziu baixa expressiva na população prisional e, sobretudo, diminuiu o consumo de drogas entre os adolescentes.
Enquanto, as atenções gerais do Brasil estão voltadas para o Supremo Tribunal Federal esperando o julgamento do mensalão; para o Congresso Nacional, imobilizado com a CPI do Cachoeira, envolvendo agentes públicos como no mensalão; para a discussão sobre os recursos para as obras atrasadas da Copa do Mundo.
Enquanto tudo isso acontece, o projeto de combate às drogas – que, dizem, ser um projeto prioritário do governo federal -, fica relegado a segundo plano, pois não vejo nenhuma medida concreta para a sua implantação.
Profissionais para essa guerra, a UFMT preparou. Falta agora, vontade política para colocar a tropa na rua.
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