Do abstrato à realidade
Depois de praticamente 10 anos de intenso trabalho e dedicação, recentemente, como é do conhecimento de todos, eu deixei a vida pública. Nesse tempo, ocupei cargos estratégicos como assessor especial do ex-governador e hoje senador, Blairo Maggi, ajudei a criar e fui presidente da Agência de Fomento Estadual (MT Fomento), marquei posições importantes para o Estado como secretário de Fazenda, secretário chefe da Casa Civil, presidente da Agecopa, e por último, secretário Extraordinário da Copa do Mundo - FIFA 2014. Também ocupei várias funções administrativas em Conselhos Deliberativos .
Por todos os lugares que passei, tenho a convicção de ter realizado um trabalho exitoso, com planejamento e execução de metas e objetivos. Cito como exemplos a solidez da MT Fomento, que nasceu pequena e hoje é modelo nacional; o novo posicionamento de Mato Grosso no cenário fiscal brasileiro, com voz ativa no Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), sendo referência de aplicação de políticas tributárias eficientes e com aumento significativo de receitas oriundas da Lei Kandir e receitas próprias; o combate à sonegação fiscal; a modernização da máquina pública com automação de sistemas e , especialmente, investimentos no servidor público.
Lembro-me ainda de outras ações importantes que realizei no Estado, como a implantação de uma ampla reforma administrativa, readequando a máquina pública dentro de seus padrões de receitas e despesas, com gerenciamento forte e racionalização de custos; a integração das equipes de governo por meio de reuniões constantes de avaliação e cumprimentos de metas; reestruturação das dívidas estaduais; o enfrentamento às mais diversas questões de governo que as vezes me rendiam extremos desgastes , mas sempre fiz com a dignidade, dever e cumprimento do papel ao qual servi em cada momento distinto da história.
No entanto, entre tantas tarefas e missões dadas nas quais eu não tinha como recusar e, sim, cumprir ordens emanadas do chefe maior do Poder Executivo, e que considero todas importantes, destaco uma de caráter difuso quanto à sua amplitude e alcance, que atinge todas as camadas da sociedade e cujo legado muda efetivamente os destinos do povo mato-grossense e cuiabano. Estou falando da execução da Copa do Mundo de 2014. Coube a mim, em meio a tempestades , mais uma vez fazer os enfrentamentos necessários para que o sonho da população de Mato Grosso não virasse pesadelo.
Quem não se lembra das dificuldades homéricas do Estado para conseguir tirar as tão sonhadas obras da Copa do Mundo do campo imaginário, abstrato, para a realidade palpável? Era imperativo mudar o senso comum de desânimo, descrença e falta de credibilidade que assolava os mato-grossenses. Ouvia-se falar de algo distante e que não sairiam do papel o estádio, grandes trincheiras, viadutos, duplicações de rodovias e avenidas, centros de treinamentos, Fan Fest, pontes sobre os rios Cuiabá e Coxipó e , por fim, o inimaginável VLT, motivo, inclusive, de piadas.
Enfim, em meio a tudo isso, encarei o desafio e, com a ajuda de pessoas que também acreditavam no sonho possível, tornamos tudo, absolutamente tudo, realidade. Todos os projetos conceituais, básicos e executivos, e as licenças ambientais foram aprovadas. Também foram realizadas audiências públicas e discussões produtivas para chegar onde se está hoje. Confesso, não foi fácil, mas conseguimos, graças ao esforço de todos os envolvidos . Assim, de forma contundente, posso afirmar, olhando nos olhos de cada cidadão deste Estado, que ao sair da Secopa, em abril deste ano, cumpri com a minha obrigação e dever, deixando, inexoravelmente, um legado de transformação social aos mato-grossenses.
Deixo aqui o meu mais sincero agradecimento ao senador Blairo Maggi e ao governador Silval Barbosa, que me oportunizaram realizar este trabalho. Aos deputados estaduais, prefeitos, entidades de classe, membros do Ministério Público Federal e Estadual, Tribunal de Contas da União e do Estado, Tribunal de Justiça, enfim, todos aqueles que no dever de fiscalizar também ajudaram com a sua orientação. Agradeço ainda aos que direta e indiretamente fizeram parte dessa história , em especial as equipes produtivas e da mais alta qualidade que consegui formar pelos lugares por onde passei. Também agradeço à minha família, que soube abdicar de muitos momentos de convivência, em detrimento de conseguir bons resultados para o Estado. A todos, o meu muito obrigado.
Eder Moraes Dias: Foi presidente da MT Fomento e Agecopa, ocupou os cargos de secretário de Estado de Fazenda; secretário chefe da Casa Civil; e secretário Extraordinário da Copa do Mundo - FIFA 2014
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