O mensalão e as galinhas dos pés queimados
Neste momento onde se aproxima o mês do cachorro louco, mês do calor; onde as folhas caem das arvores; e o fogo arde queimando as nossas matas, enfim o mês de agosto vem chegando apesar de alguns acreditar que ele não existe, e com ele vem o julgamento do maior desvio de recursos públicos já realizado neste país, e antes mesmo de agosto chegar, o chão começou a tremer, a temperatura da República Federativa do Brasil começou a esquentar, só porque deverá ocorrer o julgamento de alguns atos de Corrupção, conhecido carinhosamente como “mensalão”, que hoje teve seu nome trocado, de corrupção para “mal feito”.
A partir de uma Capa de Revista semanal, estourou a tampa do bueiro, e ficamos a assistir um bate-boca de autoridades e ex-autoridades, enfraquecendo instituições que detém o maior poder deste país, a Corte Suprema, o STF.
O Ministro do STF acusa um ex-presidente de ser atualmente o Presidente da Central de Boatos (fofocas republicanas) e afirma que ele é abastecido por Gângster:
- “Ele (Lula) recebeu esse tipo de informação através de gente que o subsidiou com esse tipo de informação, e ele acreditou nela. As notícias que me chegaram era que ele era a central de divulgação disso. Quem? O próprio Presidente. O objetivo era melar o julgamento do mensalão. Dizer que o Judiciário está envolvido em uma rede de corrupção. Tentaram fazer isso com o Gurgel (Roberto, procurador-geral da República) e estão tentando fazer isso agora com STF.” – afirmou o Ministro Gilmar Mendes.
Para nós pessoas comuns, que assistimos com tristeza, mas ao mesmo tempo aplaudindo o crescimento do poder da imprensa, com reportagens investigativas, passando a limpo e dando ao povo o direito de abrir sua consciência sobre assuntos que antes eram empurrados debaixo dos tapetes, porque antes, as verdades tinham versões que viravam mentiras, e que repetidas eram transformadas em verdades cansadas.
E diante dos fatos, é hora de reunir todas as instituições organizadas deste pais, começar os grandes debates:
1 – Será que não é hora de implantar “quarentenas” para ex-presidentes, ex-prefeitos e ex-governadores, para que eles assumam definitivamente que o seu tempo legal passou e assim, possam cair na real, diminuindo as suas interferências sobre as instituições como o STF, na tentativa de nulificar as iniciativas dos tribunais em relação a julgamentos, ou mesmo, com intromissões nas decisões de assunto reservados as autoridades executivas legitimamente eleitas para dirigir a Nação;
2 – Será que não é hora de começar um grande debate sobre a necessidade de exigir grau de escolaridade para todos os níveis de cargos eletivos de acordo com a sua importância, como é exigida nos editais para concursos públicos, como é exigido desde Gari até Juízes;
3 – Será que não já passou da hora, de acabar com indicações para o os ministros do STF e para quaisquer outros Tribunais Justiça (Desembargador); TCE e TCU (Conselheiros).
Poderia até haver indicações nos Tribunais, através da OAB, dos poderes Executivos e Legislativos, mas deveria ser aberto para todos os profissionais que estejam qualificados com Notório Saber para exercer o Cargo que é Público, e que os indicados juntamente com os habilitados, necessariamente deveriam passar pelo concurso de títulos e de capacitação específica, além da clássica investigação social, deixando de lado a sabatina do poder legislativo. Enquanto houver indicação do Presidente da República e dos Governadores com certeza diminuirá a imparcialidade e aumentará a suspeição. (já que o indicador “se acha” eternamente dono do cargo); Esse critério atual tem que ser revisto, com urgência.
Os podres poderes ou poderes podres, aplicam sempre a tática do empirismo da malandragem:
1 - NEGAR O FATO; e se dizendo extremamente magoados e tristes com acusações infundadas. Se der certo fica absolvido pelo julgamento popular, e se não der certo, pelo menos minimiza o impacto;
2 - DESQUALIFICA o acusador. Apresenta dossiê jogando-o na vala comum; se não der certo novamente;
3 - COLOCA TODOS NO MESMO BALIO. Como se as Doutas Cortes não tivessem representatividade para julgar, visto que alguns dos seus membros estão sob falsas suspeitas.
Felizmente, a Galinha queimou os pés, porque as instituições hoje no Brasil estão fortes e independentes mesmo.
Economista Wilson Carlos Fuá – É Especialista em Administração Financeira e Recursos Humanos
Fale com o Autor: fuacba@hotmail.com
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