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O Apresentar-se, Sem Sê-lo de Fato
Desacertos e incoerências marcam este início de campanha eleitoral na Capital mato-grossense. Incoerência de um ou outro e desacertos de todos os candidatos ao cargo de prefeito. Erros que denunciam a falta de estratégias. Embora se saiba que não deixa de ser tática o mostrar-se receptivo e sorridente com quem encontra pelo caminho. Caminho que dá, curiosamente, aos lugares nunca antes visitados.
Exceto, é claro, no período de eleição. Ou alguém já viu, em data diferente, por exemplo, o socialista-empresário andar pela periferia, pela feira do Porto e pelos corredores de policlínicas? Ou o tucano tão preocupado com os valores culturais cuiabanos? Ou o petista ser solicito como agora? Ou o peessedista interessado em ajudar e servir a cidade que lhe deu guarida?
Indagações necessárias. Bastantes o suficientes para avaliar o grau de interesse de cada um deles. Interesse que extrapola, e muito, o limite do dever cívico. Prevalece, aqui, obviamente, bem mais o particular, o grupal. Daí o afã e o não pouparem esforços para a conquista de votos.
Acontece, porém, que não se vê, nem percebe uma campanha estruturada, planejada. Isso justifica, evidentemente, a improvisação, e o uso desta – por outro lado - denúncia a falta de preparo de quem a usa. O que explica o aumento do número dos ataques pessoais. Mesmo sem o horário gratuito. Ataques que, no entanto, não atingem o “objetivo almejado”, tal como o de subtrair pontos do candidato-líder nas pesquisas, ou o de provocar a subida dos que aparecem no bloco dos retardatários.
Tem-se, então, uma disputa acanhada e pobre do ponto de vista de idéias e de projetos. Por conta disso, se pode ver, ouvir e ler a propositura de criação de mais pastas, a exemplo da Secretaria de Segurança Pública ou de Combate à Violência – proposta, igualmente, pelos representantes do PSD e do PSB.
Essa proposta, por si só, revela o desconhecimento da máquina pública, a qual não deveria estar a serviço de grupos políticos. Se esta última fosse uma verdade, os candidatos deveriam sair em defesa da diminuição do número das secretarias, não pelo aumento delas, cujo intuito único é acomodar parceiros de campanha.
Neste mesmo roldão, o petista aposta suas fichas na “benfeitoria” da presidente da República, e, por isso, caso seja eleito, diz que irá anular a concessão dos serviços de água e esgotos. Esta ação aparece como uma de suas principais propostas de governo.
Ação e proposta se entrelaçam, e, tragicomicamente, são vendidas como se sinônimas fossem. Equívoco repetido também pelo tucano, quando saiu com o “Ponto de Cuiabania”, “Carbono Zero” e o “Pedala Cuiabá”.
Estas três ações, não propostas, trazem a imagem de alguém comprometido com a cuiabania, com suas tradições. Isso é bom. Mas não bastam para “virar” o jogo, ou até mesmo “levá-lo” a vitória eleitoral. Isso porque o atual desenho populacional cuiabano é bastante diferenciado do que se tinha há trinta ou quarenta anos. Hoje, um terço do eleitorado vota “inspirado” no olhar do interior para Cuiabá e o segundo terço, embora já resida aqui por mais de duas ou três décadas, e têm filhos cuiabanos, escolhe seus candidatos independentemente de suas ligações com a cultura local. Isso significa dizer que o tucano perde o rumo quando foca tão somente a um segmento do eleitorado.
Aliás, nenhum dos seis candidatos acertou na condução da campanha. Eles estão pessimamente orientados e, ao mesmo tempo, desorganizados. Apesar das tentativas de “passarem” por quem, definitivamente, não são.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
Exceto, é claro, no período de eleição. Ou alguém já viu, em data diferente, por exemplo, o socialista-empresário andar pela periferia, pela feira do Porto e pelos corredores de policlínicas? Ou o tucano tão preocupado com os valores culturais cuiabanos? Ou o petista ser solicito como agora? Ou o peessedista interessado em ajudar e servir a cidade que lhe deu guarida?
Indagações necessárias. Bastantes o suficientes para avaliar o grau de interesse de cada um deles. Interesse que extrapola, e muito, o limite do dever cívico. Prevalece, aqui, obviamente, bem mais o particular, o grupal. Daí o afã e o não pouparem esforços para a conquista de votos.
Acontece, porém, que não se vê, nem percebe uma campanha estruturada, planejada. Isso justifica, evidentemente, a improvisação, e o uso desta – por outro lado - denúncia a falta de preparo de quem a usa. O que explica o aumento do número dos ataques pessoais. Mesmo sem o horário gratuito. Ataques que, no entanto, não atingem o “objetivo almejado”, tal como o de subtrair pontos do candidato-líder nas pesquisas, ou o de provocar a subida dos que aparecem no bloco dos retardatários.
Tem-se, então, uma disputa acanhada e pobre do ponto de vista de idéias e de projetos. Por conta disso, se pode ver, ouvir e ler a propositura de criação de mais pastas, a exemplo da Secretaria de Segurança Pública ou de Combate à Violência – proposta, igualmente, pelos representantes do PSD e do PSB.
Essa proposta, por si só, revela o desconhecimento da máquina pública, a qual não deveria estar a serviço de grupos políticos. Se esta última fosse uma verdade, os candidatos deveriam sair em defesa da diminuição do número das secretarias, não pelo aumento delas, cujo intuito único é acomodar parceiros de campanha.
Neste mesmo roldão, o petista aposta suas fichas na “benfeitoria” da presidente da República, e, por isso, caso seja eleito, diz que irá anular a concessão dos serviços de água e esgotos. Esta ação aparece como uma de suas principais propostas de governo.
Ação e proposta se entrelaçam, e, tragicomicamente, são vendidas como se sinônimas fossem. Equívoco repetido também pelo tucano, quando saiu com o “Ponto de Cuiabania”, “Carbono Zero” e o “Pedala Cuiabá”.
Estas três ações, não propostas, trazem a imagem de alguém comprometido com a cuiabania, com suas tradições. Isso é bom. Mas não bastam para “virar” o jogo, ou até mesmo “levá-lo” a vitória eleitoral. Isso porque o atual desenho populacional cuiabano é bastante diferenciado do que se tinha há trinta ou quarenta anos. Hoje, um terço do eleitorado vota “inspirado” no olhar do interior para Cuiabá e o segundo terço, embora já resida aqui por mais de duas ou três décadas, e têm filhos cuiabanos, escolhe seus candidatos independentemente de suas ligações com a cultura local. Isso significa dizer que o tucano perde o rumo quando foca tão somente a um segmento do eleitorado.
Aliás, nenhum dos seis candidatos acertou na condução da campanha. Eles estão pessimamente orientados e, ao mesmo tempo, desorganizados. Apesar das tentativas de “passarem” por quem, definitivamente, não são.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
URL Fonte: https://arenapolisnews.com.br/artigo/195/visualizar/
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