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Um PAC como oxigênio
Em meio às greves, um fio de esperança. Despertado por uma fórmula antiga. Capaz suficiente para conduzir as atenções para outro foco. Longe das insatisfações e das reivindicações. A presidente, então, não teve dúvidas: anunciou o PAC de mobilidade urbana (19/07), com vistas a atender cidades médias, de 250 mil a 700 mil habitantes. Cuiabá, portanto, é um desses 75 municípios, distribuídos em 18 Estados, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
É a deixa político-eleitoral que faltava. Até porque vários dos candidatos petistas à prefeitura se encontram em situações desfavoráveis nas pesquisas de intenção de votos. Desenho este que pode, a partir de agora, ganhar traços diferenciados, e ser impulsionado pelas promessas de obras de mobilidade urbana. Tais promessas despertam interesse em especial na Capital mato-grossense, onde as trincheiras, viadutos e duplicações de avenidas – destinadas aos jogos da Copa do Mundo – estão atrasados, a despeito da publicidade do governo estadual.
Essas promessas, por outro lado, também servirão de monte de campanha do vereador-candidato, e até “vendidas” como se suas fossem. Elas, inclusive, serviriam para oxigenar a candidatura petista, que se encontra um tanto perdida e espremida dentro da própria sigla, em razão das divisões existentes. Cisões que jamais serão equacionadas nos próximos setenta dias. Deduz-se, então, que o PT/Cuiabá chegará dividido no dia da eleição. O que não é nenhuma novidade. Novidade seria, é claro, se as facções em disputa voltassem às pazes. Estimuladas com a vinda de integrantes da executiva e da cúpula nacional do partido. Aliás, os tais integrantes – que poderão vir, exceto, talvez, o ex-metalúrgico - não têm votos por aqui, e, mesmo se os tivessem, não seriam capazes de transferir dividendos eleitorais para o Lúdio Cabral.
Candidato que ganhou musculatura com a aproximação do PMDB. Porém, se vê em uma sinuca de bico com a defesa exagerada do cancelamento da concessão dos serviços de água e de esgotos. Cantilena que seduz eleitores descontentes ou prejudicados com o processo, contudo distancia os segmentos do eleitorado que concordam com a dita concessão.
Parte desses segmentos, curiosamente, não se alinha com o nome apoiado pelo prefeito, nem tem afinidade alguma com o representante do PSB, tampouco se acha atraído pelo discurso do postulante do PSD, muito menos pelas propostas tanto do PSOL quanto do PPL.
Constitui-se, desse modo, uma parcela dos chamados indecisos. O que, contraditoriamente, permite o crescimento de uma ou mais candidaturas.
Processo que abre todas as possibilidades. Inclusive empurrar a decisão para além do dia 7 de outubro. Para tal, no entanto, seria preciso a queda do Mauro Mendes nas pesquisas, e, ao mesmo tempo, ou o crescimento do Carlos Brito, ou do Guilherme Maluf, ou do Lúdio Cabral, ou de dois destes, o que provocaria o segundo turno.
Possibilidade ainda não descartada. Sobretudo quando se tem seis postulantes, e a liderança do socialista-empresário se sustenta em colunas frágeis, uma vez que lhe faltam discurso e projetos de governo. Dois itens, curiosamente, também ausentes na campanha das demais candidaturas. A menos que surja um fato novo. O PAC de mobilidade urbana poderia ser a oxigenação de que precisa o petista. Este, entretanto, carece mostrar mais competente do que até agora tem sido.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
É a deixa político-eleitoral que faltava. Até porque vários dos candidatos petistas à prefeitura se encontram em situações desfavoráveis nas pesquisas de intenção de votos. Desenho este que pode, a partir de agora, ganhar traços diferenciados, e ser impulsionado pelas promessas de obras de mobilidade urbana. Tais promessas despertam interesse em especial na Capital mato-grossense, onde as trincheiras, viadutos e duplicações de avenidas – destinadas aos jogos da Copa do Mundo – estão atrasados, a despeito da publicidade do governo estadual.
Essas promessas, por outro lado, também servirão de monte de campanha do vereador-candidato, e até “vendidas” como se suas fossem. Elas, inclusive, serviriam para oxigenar a candidatura petista, que se encontra um tanto perdida e espremida dentro da própria sigla, em razão das divisões existentes. Cisões que jamais serão equacionadas nos próximos setenta dias. Deduz-se, então, que o PT/Cuiabá chegará dividido no dia da eleição. O que não é nenhuma novidade. Novidade seria, é claro, se as facções em disputa voltassem às pazes. Estimuladas com a vinda de integrantes da executiva e da cúpula nacional do partido. Aliás, os tais integrantes – que poderão vir, exceto, talvez, o ex-metalúrgico - não têm votos por aqui, e, mesmo se os tivessem, não seriam capazes de transferir dividendos eleitorais para o Lúdio Cabral.
Candidato que ganhou musculatura com a aproximação do PMDB. Porém, se vê em uma sinuca de bico com a defesa exagerada do cancelamento da concessão dos serviços de água e de esgotos. Cantilena que seduz eleitores descontentes ou prejudicados com o processo, contudo distancia os segmentos do eleitorado que concordam com a dita concessão.
Parte desses segmentos, curiosamente, não se alinha com o nome apoiado pelo prefeito, nem tem afinidade alguma com o representante do PSB, tampouco se acha atraído pelo discurso do postulante do PSD, muito menos pelas propostas tanto do PSOL quanto do PPL.
Constitui-se, desse modo, uma parcela dos chamados indecisos. O que, contraditoriamente, permite o crescimento de uma ou mais candidaturas.
Processo que abre todas as possibilidades. Inclusive empurrar a decisão para além do dia 7 de outubro. Para tal, no entanto, seria preciso a queda do Mauro Mendes nas pesquisas, e, ao mesmo tempo, ou o crescimento do Carlos Brito, ou do Guilherme Maluf, ou do Lúdio Cabral, ou de dois destes, o que provocaria o segundo turno.
Possibilidade ainda não descartada. Sobretudo quando se tem seis postulantes, e a liderança do socialista-empresário se sustenta em colunas frágeis, uma vez que lhe faltam discurso e projetos de governo. Dois itens, curiosamente, também ausentes na campanha das demais candidaturas. A menos que surja um fato novo. O PAC de mobilidade urbana poderia ser a oxigenação de que precisa o petista. Este, entretanto, carece mostrar mais competente do que até agora tem sido.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
URL Fonte: https://arenapolisnews.com.br/artigo/190/visualizar/
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