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Um Plano Para Inglês Ver
O plano de governo é uma das exigências necessárias para o registro de candidatos ao Executivo. Exigência importante, e vem desde 2010. Mas ainda são poucos os eleitores que acessam o site do TRE/MT em busca do tal documento, e, entre os registrados, encontra-se, por exemplo, o do PSB, onde se pode ler “um novo caminho para Cuiabá”.
“Novo caminho”, contudo, cheio de obstáculos. Ainda que esteja bem longe da próxima olimpíada, e a disputa eleitoral, por mais que seja também um jogo, está muito distante da modalidade de atletismo ou de hipismo.
O percurso proposto pelo representante socialista, no entanto, se encontra todo congestionado. Congestionado em razão da confusão que o próprio empresário proporcionou, uma vez que, por descuido ou por falta de assessoria, trocou as palavras e os conceitos, e, por conta disso, o verbo transitar ficou difícil de ser conjugado. Daí a ausência da agenda, bem como de perspectivas. Impera, então, o improviso, cuja adoção descarta a gestão.
Ele continua líder. As pesquisas de intenção de votos, até aqui divulgadas, confirmam a sua dianteira. Bastante à frente dos demais concorrentes. Isso, contudo, não significa que a sua campanha segue impecavelmente. Seus erros são gritantes. Especialmente os que podem ser identificados no plano de governo. Neste, por exemplo, inexiste qualquer projeto, programa ou idéia de como será a sua gestão, caso tenha o seu aprovado pelos eleitores.
Tal situação se agrava, e bem mais, quando se percebe que o empresário-socialista desconhece os sentidos dos termos “ação” e “proposta”. Tanto que no lugar das propostas, infelizmente, só aparecem ações, a saber: implantar gradativamente à escola de tempo integral (p. 23), criar programa de combate a evasão escolar (p. 23), melhorar a segurança dos estabelecimentos de ensino (p. 28), redefinir o direcionamento das vias públicas (p. 34), rever a legislação municipal de incentivo à cultura, com fixação prévia dos valores da renúncia fiscal e com a adoção de medidas que visem fortalecer o financiamento das atividades dos artistas e produtores culturais de maneira uniforme e acessível a todos (p. 37), e mapear os setores com potencial turísticos (p. 47).
Assim, do documento que o PSB entregou no Tribunal nada se pode elencar como proposta ou projeto. Tudo que há nele, infelizmente, não passa de ação. Confusão igualmente cometida pelos demais concorrentes à prefeitura de Cuiabá.
Situação complicada. Tragicômica, inclusive, uma vez que o candidato a prefeito, pela coligação PSB/PV/PDT/PPS/PR, caso seja eleito, poderá se passar por legislador, pois, na página 31 de seu “plano”, que não é plano, promete “revisar” a lei de uso e ocupação de solos.
Revisar, de acordo com o dicionário da língua portuguesa, é ler o texto, a fim de consertar-lhe possíveis erros, sejam eles relativos à estrutura textual ou ainda relativa ao seu conteúdo. Isso significa emendar, corrigir, rever. Papel, exclusivo, do legislador, e não do prefeito – o qual poderá solicitar que a Câmara Municipal a faça, mas não tomar para si uma função que não lhe é própria.
Percebe, desse modo, o porquê a sua campanha não traz nada de novo, pois lhe faltam alguém com conhecimento sobre política e, igualmente, de um marqueteiro. Dois itens imprescindíveis em disputa eleitoral.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
“Novo caminho”, contudo, cheio de obstáculos. Ainda que esteja bem longe da próxima olimpíada, e a disputa eleitoral, por mais que seja também um jogo, está muito distante da modalidade de atletismo ou de hipismo.
O percurso proposto pelo representante socialista, no entanto, se encontra todo congestionado. Congestionado em razão da confusão que o próprio empresário proporcionou, uma vez que, por descuido ou por falta de assessoria, trocou as palavras e os conceitos, e, por conta disso, o verbo transitar ficou difícil de ser conjugado. Daí a ausência da agenda, bem como de perspectivas. Impera, então, o improviso, cuja adoção descarta a gestão.
Ele continua líder. As pesquisas de intenção de votos, até aqui divulgadas, confirmam a sua dianteira. Bastante à frente dos demais concorrentes. Isso, contudo, não significa que a sua campanha segue impecavelmente. Seus erros são gritantes. Especialmente os que podem ser identificados no plano de governo. Neste, por exemplo, inexiste qualquer projeto, programa ou idéia de como será a sua gestão, caso tenha o seu aprovado pelos eleitores.
Tal situação se agrava, e bem mais, quando se percebe que o empresário-socialista desconhece os sentidos dos termos “ação” e “proposta”. Tanto que no lugar das propostas, infelizmente, só aparecem ações, a saber: implantar gradativamente à escola de tempo integral (p. 23), criar programa de combate a evasão escolar (p. 23), melhorar a segurança dos estabelecimentos de ensino (p. 28), redefinir o direcionamento das vias públicas (p. 34), rever a legislação municipal de incentivo à cultura, com fixação prévia dos valores da renúncia fiscal e com a adoção de medidas que visem fortalecer o financiamento das atividades dos artistas e produtores culturais de maneira uniforme e acessível a todos (p. 37), e mapear os setores com potencial turísticos (p. 47).
Assim, do documento que o PSB entregou no Tribunal nada se pode elencar como proposta ou projeto. Tudo que há nele, infelizmente, não passa de ação. Confusão igualmente cometida pelos demais concorrentes à prefeitura de Cuiabá.
Situação complicada. Tragicômica, inclusive, uma vez que o candidato a prefeito, pela coligação PSB/PV/PDT/PPS/PR, caso seja eleito, poderá se passar por legislador, pois, na página 31 de seu “plano”, que não é plano, promete “revisar” a lei de uso e ocupação de solos.
Revisar, de acordo com o dicionário da língua portuguesa, é ler o texto, a fim de consertar-lhe possíveis erros, sejam eles relativos à estrutura textual ou ainda relativa ao seu conteúdo. Isso significa emendar, corrigir, rever. Papel, exclusivo, do legislador, e não do prefeito – o qual poderá solicitar que a Câmara Municipal a faça, mas não tomar para si uma função que não lhe é própria.
Percebe, desse modo, o porquê a sua campanha não traz nada de novo, pois lhe faltam alguém com conhecimento sobre política e, igualmente, de um marqueteiro. Dois itens imprescindíveis em disputa eleitoral.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
URL Fonte: https://arenapolisnews.com.br/artigo/175/visualizar/
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