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Pecado Mortal
Surpresa! O documento registrado no TRE/MT pelo candidato tucano mais parece um texto de uma palestra. Bem formatada. Com dois esquemas bem elaborados - didáticos, inclusive. Fazem-se acompanhar de frases em destaques. Suas doze primeiras páginas, pelo menos, dão esta ideia. Iniciam-se com o Mercosul, Unasul e Mato Grosso. Fala no crescimento do Estado, das transformações com a Internet e da sociedade de consumo, para chegar à importância da cidade. Não sem antes, evidentemente, fazer alusão “a espécie humana”, desde a sua situação de “nômade nas savanas africanas” (p. 4). Longe, portanto, de um plano ou programa de governo.
A partir da décima primeira lauda, o dito texto perde a antiga sequência, e ganha outro formato. Bastante diferenciado. Pois deixou de lado o corpo de palestra, para ser transformado em um amontoado de termos, desordenados e pouco explicativos. Mesmo que continuem, alguns deles, sublinhados.
Há determinado momento, contudo, em que se pensa que tem diante dos olhos uma carta endereçada aos “cuiabanos”, e esta fica mais clara quando se lê: “Cuiabanos, organizamos nossos compromissos de governo sob alguns princípios norteadores ...” (p. 7) Estes até que aparecem, porém desconectados do real. Ainda que se possa ler: “produzir bens e serviços, para agregar crescente valor aos mesmos e, ter capacidade de ampliar o uso dos resultados na circulação local de mercadorias e bens” (p. 9).
Frase, no entanto, que se vê desaparecer em meio aos objetivos propostos, os quais também se perdem no desfile desorganizado de “ampliar”, “maximizar” e “desenvolver”, e, a parir destes, sem mais sem menos, chegar às chamadas “diretrizes estratégicas” – considerados “eixos motrizes” da “estrutura do governo”.
Salto triplo fora de sintonia. Pois a baliza final se desemboca em quatro pistas. Pistas que não se associam, nem se interligam, apesar da cantilena de que todas “as ações humanas giram em torno da busca de uma vida longa e saudável”.
Busca que o tucano, caso seja eleito, promete ajudar. Mas, curiosamente, não diz como irá fazer isso. Nem deveria, uma vez que inexiste no “programa” registrado uma única proposta. Comete, portanto, os mesmos erros do socialista, do petista, do peessedista, bem como do representante do PSOL e do PPL.
Detalhe interessante. Pois deixa as campanhas muito iguais. O que contribui para a dianteira do nome do PSB, e deixa a disputa morna, sem qualquer atrativo.
Apesar disso, no entanto, vale observar, que o jogo ainda não está definido. Falta bastante tempo para ser jogado. Tanto que três dos cinco candidatos atrasados podem somar pontos, e, então, embolar o meio de campo. Para tal, é preciso não se esquecer que eles carecem apresentar bem mais do que até agora estão a apresentar. Principalmente o peessedista, que comete mais erros, a ponto, por exemplo, de restringir sua carta de intenções para os cuiabanos – ignorando a maior parcela do eleitorado da Capital. Pecado mortal.
Lourembergue Alves professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
A partir da décima primeira lauda, o dito texto perde a antiga sequência, e ganha outro formato. Bastante diferenciado. Pois deixou de lado o corpo de palestra, para ser transformado em um amontoado de termos, desordenados e pouco explicativos. Mesmo que continuem, alguns deles, sublinhados.
Há determinado momento, contudo, em que se pensa que tem diante dos olhos uma carta endereçada aos “cuiabanos”, e esta fica mais clara quando se lê: “Cuiabanos, organizamos nossos compromissos de governo sob alguns princípios norteadores ...” (p. 7) Estes até que aparecem, porém desconectados do real. Ainda que se possa ler: “produzir bens e serviços, para agregar crescente valor aos mesmos e, ter capacidade de ampliar o uso dos resultados na circulação local de mercadorias e bens” (p. 9).
Frase, no entanto, que se vê desaparecer em meio aos objetivos propostos, os quais também se perdem no desfile desorganizado de “ampliar”, “maximizar” e “desenvolver”, e, a parir destes, sem mais sem menos, chegar às chamadas “diretrizes estratégicas” – considerados “eixos motrizes” da “estrutura do governo”.
Salto triplo fora de sintonia. Pois a baliza final se desemboca em quatro pistas. Pistas que não se associam, nem se interligam, apesar da cantilena de que todas “as ações humanas giram em torno da busca de uma vida longa e saudável”.
Busca que o tucano, caso seja eleito, promete ajudar. Mas, curiosamente, não diz como irá fazer isso. Nem deveria, uma vez que inexiste no “programa” registrado uma única proposta. Comete, portanto, os mesmos erros do socialista, do petista, do peessedista, bem como do representante do PSOL e do PPL.
Detalhe interessante. Pois deixa as campanhas muito iguais. O que contribui para a dianteira do nome do PSB, e deixa a disputa morna, sem qualquer atrativo.
Apesar disso, no entanto, vale observar, que o jogo ainda não está definido. Falta bastante tempo para ser jogado. Tanto que três dos cinco candidatos atrasados podem somar pontos, e, então, embolar o meio de campo. Para tal, é preciso não se esquecer que eles carecem apresentar bem mais do que até agora estão a apresentar. Principalmente o peessedista, que comete mais erros, a ponto, por exemplo, de restringir sua carta de intenções para os cuiabanos – ignorando a maior parcela do eleitorado da Capital. Pecado mortal.
Lourembergue Alves professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
URL Fonte: https://arenapolisnews.com.br/artigo/170/visualizar/
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