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Opinião
Domingo - 23 de Dezembro de 2012 às 10:01
Por: Rui Prado

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É inevitável! Em dezembro sempre paramos para avaliar um ciclo que se encerra e o outro que se inicia. O ano de 2012 foi de muito trabalho e grandes conquistas para o setor produtivo. E neste período, desaceleremos para refletir mais, avaliar com calma o que fizemos e quais os caminhos seguiremos em 2013.

Sem dúvida alguma, nossa maior conquista foi a aprovação do novo Código Florestal. Embora o texto final tenha ficado diferente do que esperávamos, a nova lei trouxe regras claras à sociedade brasileira e ao setor produtivo. Mais do que isso, ela trouxe tranquilidade e confiança de que as normas vigentes não mudarão a bel prazer do Poder Público. Em um Estado democrático e consolidado, as leis são como regras que garantem a harmonia para vivermos bem e em harmonia. Neste debate participamos atentamente de todas as etapas, num claro indício da nossa maturidade para discutir as questões ambientais.

Outro destaque do ano foi nossa atuação, em conjunto com os Sindicatos Rurais e a Aprosoja, para suspender a cobrança de royalties sobre as tecnologias Bollgard I (BT) e Roundup Ready (RR) da empresa Monsanto. Entramos com uma Ação Coletiva, após verificarmos que o direito de propriedade intelectual dessas tecnologias venceu em 2010, tornando-a de domínio público. Fomos vitoriosos nas primeiras instâncias e a própria multinacional decidiu estender a decisão da Justiça para todo o país. Uma atitude que comprovou nossa eficiência nesta estratégia. O processo continua em 2013.

Em novembro, realizamos o 1º Encontro Aproleite junto com o Senar-MT e a Associação dos Produtores de Leite (Aproleite). O público reunido superou a mais otimista expectativa inicial, totalizando 1.400 pessoas. Com este resultado, a Federação fechou o primeiro ciclo desta nova entidade, já que participou ativamente do seu surgimento até sua efetiva consolidação com este evento.

Não posso deixar de ressaltar nossa participação no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), presidido pela presidente da República, Dilma Rousseff. Confesso que foi com muito prazer que aceitei o desafio de ser membro deste conselho, porque trata-se de mais um importante fórum para levarmos as demandas do setor produtivo e uma excelente oportunidade de aprendizado. Com o orgulho de integrar este seleto grupo, vem também a responsabilidade de fazer bonito por Mato Grosso e pela classe que represento.

Mirando no futuro, para 2013, penso que nossos desafios serão muitos. Um deles será a consolidação dos corredores de exportação de Mato Grosso, em especial a BR-163. Ela precisa estar ao menos trafegável no próximo ano, mesmo que não esteja totalmente asfaltada, para desafogar o tradicional corredor Sul-Sudeste do país.

No próximo ano, teremos as informações do projeto Centro-Oeste Competitivo, cujo objetivo é traçar um planejamento estratégico da infraestrutura de transporte e logística de cargas nos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e no Distrito Federal. Além disso, teremos os resultados do estudo que encomendamos à Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceria com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), sobre a incidência tributária no agronegócio do estado. Este trabalho é de suma importância para o setor, porque será por meio dele que teremos um diagnóstico completo do modelo tributário estadual. A carga tributária de Mato Grosso está cada vez mais pesada, inibindo novos investimentos externos e internos. Pagamos cada vez mais e não percebemos a conversão destes recursos na qualidade dos serviços em saúde, educação, segurança e infraestrutura.

O novo ano está próximo e, sinceramente, acredito que teremos bons resultados para a agropecuária de Mato Grosso. Não se trata de um otimismo juvenil, mas da confiança de que o setor está amadurecido para enfrentar os desafios que surgirão. Sabemos de antemão que não será fácil, mas repetiremos nossa receita de sucesso: continuaremos unidos, trabalhando para que o setor permaneça alavancando o crescimento econômico e social do estado. Agradeço a parceria de todos em 2012 e que venha 2013! Boas festas!


Rui Prado é produtor rural e presidente do Sistema Famato


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