O PODER DA AUTOCRÍTICA

As pessoas que adotam o poder de autocrítica vivem em paz consigo mesmas e com as outras. São pessoas de fácil convivência. Por outro lado, se você escolher como parceiro uma pessoa altamente crítica, a tudo e a todos, tenha certeza que escolheu erradamente, porque ela usará o desamor pessoal como forma de máscara, tentando esconder de si mesma, a sua própria realidade. O seu dia-a-dia constituirá em sucessivas lamentações, amarguras, ressentimentos e julgamentos precipitados. 

O não saber enxergar semelhanças, logo nos primeiros dias de convivência terá problemas de relacionamentos. Ao escolher como parceiro uma pessoa que não encontra beleza em nada, que desfaz das pessoas humildes e confunde autoconfiança com egoísmo, arrogância com autovalorização: cuidado. Na verdade você escolheu um eterno professor de ações às avessas, sendo pré-julgada e condenada eternamente, mesmo que faça cirurgias plásticas anualmente, mesmo que troque de roupas de hora em hora, mesmo que modifique as cores dos cabelos diariamente, não receberá nenhum  reconhecimento. Ficará vivendo atrás de uma perfeição que não existe, até entender que para ser você mesma, o importante é não ser o que os outros querem o que você seja, mas ser o que é.  A pior solidão é viver ao lado de um ser excessivamente crítico e sem amor próprio. Essas pessoas pensam que fazem parte de uma equipe de jurados e que nasceram para apontar erros de todas as pessoas que estão ao seu redor, mas na verdade essas pessoas não gostam de si próprios,  e por isso, nunca irão gostar de ninguém.  A insegurança dessas pessoas fica armazenada e em todas as oportunidades é transferida a sua possível alma gêmea, ou mesmo aos seus descendentes. Seu mundo é um lugar onde não existe, pois todos os lugares em que for viver não o completam e ao se mudar antes de desarrumar as malas já instalam o painel da insatisfação.  Ser a outra parte dessa união é assumir um estado de permanente de estresse, pois apesar de não estar sozinho, vive a solidão interna ao tentar excluir dos ouvidos o hino da eterna lamentação que vem repetidamente da boca da sua suposta metade.  Infelizmente todos nós passamos por experiências difíceis, praticamos ações impensadas, e que são armazenadas em nossos arquivos mentais, e essas informações devem ser úteis, para evitar sua reedição, ou mesmo até para termos motivos para sorrirmos sozinhos, e dizer baixinho: como fui infantil.

Usando o poder da autocrítica pode-se mudar tudo, pois ao passar a conhecer a si próprio e ao mesmo tempo adotar a visão periférica como o grande laboratório da sua vida, passamos a ver os exemplos que estão ao nosso lado, deixando de lado os sonhos e vivendo de ações concretas,  desenvolvendo etapas seguras na construção da nossa própria realidade, pois nada vem de graça. Encarando a realidade dura e não fugindo dos enfrentamentos, vivendo como adultos e promovendo mudanças, crescimentos pessoais, saindo dos sonhos de olhos fechados para abrir as portas da realidade, com certeza às conquistas serão apenas uma consequência dos esforços. Na passagem do sonho para a realidade muitas vezes temos que romper com tudo, jogar fora certos valores antigos e conceitos pré-concebidos, e ao transpormos todas as barreiras mentais, as piores fases virão como longos períodos de incertezas, mas claro que após isso vem o concreto, e a autoconfiança se reestabelece, transformando-nos num ser forte e motivado, passos firmes e determinados, traduzido pelas nossas ações.

Com muito sacrifício os lamentadores conseguem transpor esse estado de insatisfação geral, depois de muitas fases da vida, essas pessoas aprendem que o segredo é saber escolher os melhores caminhos e que o melhor lugar é aqui e agora, que todas as pessoas nasceram para ser feliz.  O importante é ativar a sensibilidade de escolher conscientemente o bem e desprezar o mal, sabendo que independente dos acontecimentos, estaremos não só preparados para enfrentar o que pode dar errado, mas também com a persistência necessária para alcançar a linha de chegada lado a lado com o campeão ou alma gêmea.

Economista Wilson Carlos Fuá – É Especialista em Administração Financeira  e  Recursos Humanos
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