Meio Ambiente: a luta entre Davi e Golias O Estado está crescendo e a proteção ambiental, sendo reduzida
Mato Grosso é um estado com características peculiares. Aqui, existem três ecossistemas dentro de uma mesma área: o Cerrado, a Floresta Amazônica e o Pantanal. Com tanta diversidade e uma extensão territorial maior do que a de vários países europeus, resta clara a necessidade de pessoas capacitadas e em número suficiente para promover essa proteção.
Há algumas semanas, tivemos mais uma tentativa de ataque, mas desta vez, destituída pelos servidores do meio ambiente. O pedido de licença prévia para instalação de 6 PCHs (Pequenas centrais hidrelétricas) no Rio Cuiabá foi negado pela Secretaria depois do trabalho técnico brilhante dos servidores da SEMA.
Essa situação demonstrou a qualidade técnica que os servidores do meio ambiente de Mato Grosso conquistaram a duras penas, por vezes, com reduzido apoio e com limitados recursos financeiros e humanos.
Combater o desmatamento, auxiliar os produtores rurais para que utilizem os recursos naturais de maneira sustentável e auxiliar no crescimento econômico e social sem a degradação ambiental é um desafio gigantesco, uma luta entre Davi e Golias.
Mesmo assim, nossas forças ainda estão sendo enfraquecidas a cada dia. Nos últimos três anos houve a extinção de dezenas de cargos técnicos efetivos. Hoje, temos uma defasagem de mais de 250 servidores na SEMA. Para complicar, diversas funções estão sendo ocupadas por terceirizados e comissionados que não contam com estabilidade funcional.
O Estado está crescendo e a proteção ambiental, sendo reduzida. A demanda por licenciamento, fiscalização e outros serviços estão cada vez maiores e a quantidade de servidores não aumenta na mesma proporção. Mas, pelo contrário, estamos reduzindo o número de pessoas para atender essa demanda. São fábricas, fazendas e mineradores, por exemplo, que requerem nossa atenção. Não tem jeito: o meio ambiente precisa de gente para cuidar dele.
Se a gente está pensando no futuro, nos objetivos do milênio, da sustentabilidade, temos de ter os guardiões. Precisamos ter políticas de estado e não apenas de governo. Representa um contrassenso falar em preservação ambiental sem ter gente para fazer esse trabalho.
O Sindicato dos Servidores Públicos da Carreira dos Profissionais do Meio Ambiente do Estado de Mato Grosso completa 28 anos no dia 22 de junho em 2023. São quase três décadas do Sintema em prol da defesa dos servidores que atuam nos mais diversos setores da defesa e da proteção ambiental em nosso estado.
Estamos em um tempo de celebração, mas também de luta pelos servidores da SEMA. É hora de chamar a atenção para essa grave situação em nosso estado.
Todos que militam na área ambiental sabem que sofremos muito nos últimos anos. Entendem que, por vezes, encontramos diversas “pedras” pelo caminho. No entanto, uma coisa é certa: os nossos sindicalizados têm feito dos desafios, grandes oportunidades. Como Davi, que fez uma pedra no caminho tornar-se a chance de encontrar o milagre, conquistar a vitória e derrotar o gigante. Parabéns Sintema, parabéns servidores do meio ambiente de Mato Grosso.
Carlos Augusto Gomes de Oliveira é presidente do Sintema-MT.
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