A perda auditiva e suas consequências
A Presbiacusia é a perda auditiva natural que acontece com nosso envelhecimento. Pode ser difícil admitir que você não está ouvindo tão bem quanto antes! Mas quando sua família e seus amigos lhe dizem que você está sempre pedindo que eles se repitam ou dizem que a TV está muito alta, que você está se isolando, tem ficado cansado facilmente, talvez seja hora de um teste de audição. Porém, a perda auditiva pode acontecer antes do nascimento, após o nascimento, enfim em todas as fases da nossa vida. Aqui estão cinco perguntas frequentes sobre testes auditivos.
1 - Quais testes são realizados?
Seu fonoaudiólogo avalia sua audição com vários exames. O primeiro teste é a audiometria vocal, no qual você fica dentro de uma cabine à prova de som e é colocado um conjunto de fones nos seus ouvidos. Ao ouvir sons de diferentes volumes e tons em ambas as orelhas separadamente, você responde apertando um botão. O próximo teste é um teste de fala. Desta vez você repete as palavras que ouviu. Este teste identifica qual a sua dificuldade em reconhecer as palavras faladas em seus ouvidos. Os resultados do teste são apresentados em um audiograma, que identifica onde sua perda auditiva ocorre. Se necessário, o médico pode te solicitar outros exames complementares de audição.
2 - O teste demora muito tempo?
Os testes podem demorar cerca de meia hora e, em seguida, o seu audiologista irá te entregar o resultado e você levará para seu médico otorrinolaringologista. Havendo perda auditiva, o médico te indicará uma fonoaudióloga para você fazer um teste com os aparelhos auditivos. A fonoaudióloga irá te mostrar vários estilos de aparelhos auditivos que ajudarão na perda auditiva.
3 - O que devo levar comigo para a consulta com o médico otorrinolaringologista?
Leve seus registros de saúde e uma lista de todos os medicamentos que você toma. Além dos testes auditivos, seu médico realizará um exame físico de seus ouvidos, verificando se há algum problema. Também é uma boa ideia preparar uma lista dos horários e lugares em que você teve problemas para ouvir, além de qualquer pergunta que deseje fazer.
A principal consequência de não se tratar a perda auditiva é a redução das possibilidades de comunicação, especialmente se for em crianças com perdas auditivas ao nascer.
A perda auditiva afeta a vida de várias outras maneiras,causando também efeitos negativos na saúde física e mental do indivíduo, como, por exemplo, cansaço, tensão muscular, dor de cabeça, sentimentos de solidão, angústia, tristeza e também favorece o aparecimento de doenças neurológicas como o Alzheimer.
Os problemas auditivos têm impacto não só na vida da pessoa que vive com ela, mas também na vida de familiares e amigos. Se você notar esses sinais em sua vida ou na de um ente querido, marque imediatamente uma consulta com um otorrinolaringologista.
As doenças auditivas mais comuns são: otites (inflamações no ouvido externo ou médio), labirintite, zumbido, Doença de Menière, Colesteatoma, Síndrome de Usher, Otosclerose, Neuroma do Acústico e Presbiacusia, que é perda da auditiva que acontece com o nosso envelhecimento. Para todas elas há tratamento que pode ser medicamentoso, cirúrgico, indicação de uso de aparelhos auditivos ou implante coclear.
Apesar da perda auditiva estar relacionada ao envelhecimento, alterações degenerativas e a doenças, a maior parte está relacionada à exposição a ruídos. A exposição a ruídos em excesso por longos períodos ou em intensidades elevadas, prejudicam nossa audição. É uma lesão irreversível e geralmente vem acompanhada de zumbidos.
A perda auditiva só pode ter cura total ou parcial após o tratamento medicamentoso, ou cirúrgico. O uso de aparelhos auditivos não traz a audição de volta, ele ameniza os casos de surdez mais profunda e tem melhor resultado nas deficiências leves a moderadas.
Cuidar bem da audição envolve manter hábitos de vida saudáveis quanto à alimentação e exercícios físicos, que garantem o bem-estar do corpo, mas principalmente evitar ambientes com ruídos altos e com tempo de exposição prolongado. Para profissionais que estão expostos à poluição sonora, é necessário utilizar protetor auditivo.
O cuidado com a audição já começa no nascimento. É de extrema importância que o bebê seja avaliado no teste da orelhinha, também chamado de triagem auditiva neonatal.
Doenças como sífilis, rubéola e toxoplasmose, quando contraídas na gravidez, podem provocar surdez nas crianças. Por isso, faz-se necessário um adequado pré-natal. Mulheres devem tomar a vacina contra a rubéola antes da adolescência para que durante a gravidez estejam protegidas.
Assim, temos aqui inúmeras razões para incluir em nosso check up anual, um exame de audição em todas as fases da nossa vida!
Vanessa Moraes é fonoaudióloga e audiologista na Sonicon.
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