Hemograma: o que os resultados do exame podem dizer
O Hemograma é o exame laboratorial mais pedido pelos médicos. Apesar de ser um exame de simples execução, ele traz informações muito importantes para o médico e para a saúde do paciente. Basicamente, as anormalidades podem ser observadas nas alterações dos glóbulos vermelhos, dos glóbulos brancos e nas plaquetas.
As alterações podem significar uma doença do sangue, propriamente dita, que seria uma doença hematológica ou oncohematológica (câncer hematológico). Essas alterações ainda podem ser decorrentes de outros processos do organismo, como por exemplo, anemia grave decorrente de uma falência renal.
Anormalidades como elevação dos glóbulos vermelhos podem indicar algumas doenças como Policitemia vera, doença própria da oncohematologia que leva a produção em excesso de células sanguíneas e várias consequências para a saúde.
Nos glóbulos brancos, conhecida como série branca que defende o corpo, o hemograma pode identificar baixas defesas ou sua elevação, que estão muito relacionados às doenças como leucemias. Também pode se observar uma falência da medula óssea, chamada aplasia de medula, em que não só a série branca, mas todas as séries sanguíneas podem estar alteradas. A questão racial pode representar uma variação nos resultados, por exemplo, pessoas da raça negra normalmente possuem um número de leucócitos um pouco menor e isso não denota falha na defesa, mas sim uma questão racial.
O aumento dos glóbulos brancos pode estar presente, por exemplo, em uma infecção severa de qualquer origem ou ainda em doenças específicas e hematológicas como as leucemias, seja leucemias agudas ou leucemias crônicas.
Pode-se detectar ainda a anormalidade de plaquetas, em que pode estar elevada ou baixa. Quando as plaquetas estão baixas, pode ser decorrente de infiltração na medula óssea, atrapalhando a produção. Também pode ser resultado para distúrbios imunológicos levando a destruição imune, como as purpuras imunológicas.
Já o aumento dessas plaquetas, pode ser resultado de doenças benignas, como anemia por deficiência de ferro. Os aumentos também podem ser decorrentes de doenças próprias da medula óssea, como a trombocitose essencial, que é uma doença classificada como oncológica que produz o aumento do número de plaquetas circulantes e pode aumentar o risco de trombose.
Enfim, o exame de sangue, como é conhecido, vai dar uma série de subsídios. Como sempre, o exame laboratorial é auxiliar muito importante na avaliação clínica do paciente. A partir dele, é possível definir um diagnóstico ou se serão necessários mais exames para complementar e, em seguida, fechar o diagnóstico e um tratamento efetivo.
Muitas vezes essas alterações devem ser interpretadas por médicos de várias especialidades, mas quando houver dúvidas sobre o diagnóstico, é essencial encaminhar o paciente para que um hematologista esclareça.
Dr. Andre Crepaldi (Diretor do Serviço de Onco-hematologia do HCanMT e Oncologista Clínico e Pesquisador principal da OncoLog).
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