Cápsula endoscópica e a enteroscopia para identificar doenças
A cápsula endoscópica e a enteroscopia por duplo balão são dois importantes exames para o diagnóstico de doenças inflamatórias intestinais (DII), especialmente a Doença de Crohn, temas da campanha Maio Roxo.
A cápsula endoscópica, desde seu desenvolvimento é considerada o melhor método para avaliar a mucosa do intestino delgado. Como a Doença de Crohn pode acometer exclusivamente o íleo proximal ou o jejuno em 10% dos casos, diante de colonoscopia normal ou pouco alterada e suspeita clínica relevante, a cápsula pode ser usada para pesquisar lesões nessa porção do intestino, como erosões, úlceras e estenoses.
O método também verifica a extensão da Doença de Crohn já diagnosticada, auxilia na escolha do tratamento e faz o controle pós-terapêutico. Embora seja um exame bastante seguro, existe a possibilidade de retenção da cápsula em cerca de 2% dos casos devido a estenoses graves, que geralmente têm indicação de correção cirúrgica.
O paciente ingere uma pílula, que na verdade é a cápsula endoscópica dotada de uma micro câmera, e ela vai fotografando em alta velocidade o tubo digestivo, em especial o intestino delgado (fino) e, mais recentemente, o cólon (intestino grosso).
Já a enteroscopia de duplo balão é um exame em que o aparelho, similar aos demais endoscópios, é introduzido através da boca ou do ânus para o diagnóstico e tratamento de lesões do intestino delgado, órgão que possui de três a sete metros e que não conseguimos avaliar pela endoscopia ou pela colonoscopia na sua totalidade.
Roberto Barreto é endoscopista e gastroenterologista, presidente da Sobed-MT, e integra as equipes da Clínica Vida Diagnóstico e Saúde, IGPA e CEC.
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