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Opinião
Segunda - 08 de Maio de 2023 às 07:41
Por: Gabriel Novis Neves

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Pelo que eu sei, os logradouros públicos de Cuiabá mudam muito de nome.

A rua Cândido ou Cândido Mariano, quando o Marechal Deodoro morou lá e se casou, era chamada da rua da Igreja, pois a Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte ficava lá.

Mais tarde seu nome foi trocado para rua Antônio Paes de Barros, ex-Presidente do Estado de Mato Grosso, mais conhecido como Totó Paes.

Segundo o historiador cuiabano Rubens de Mendonça, seu nome foi trocado às pressas, com a chegada de Rondon à Cuiabá.


Rondon chefiou a Comissão de Linhas Telegráficas e Estratégicas de Mato Grosso ao Amazonas.

Até então esses dois Estados não tinham comunicação com o Rio de Janeiro, em 1907.

Quem ordenou a construção a construção da linha telegráfica Mato Grosso Amazonas, foi o Presidente da República Affonso Penna.

Hoje só os antigos cuiabanos conhecem a Rua Candido Mariano, sendo atualmente chamada de rua das Óticas

O telégrafo foi durante muitos anos, o principal método de comunicação para longas distâncias nos séculos XIX e XX.

Quando Rondon retornou de Manaus com o seu trabalho concluído, necessariamente teria que chegar à capital mato-grossense pela então rua Totó Paes, antiga rua da Igreja.

As autoridades de Mato Grosso para homenagear seu filho ilustre, concederam-lhe o nome de rua Cândido Mariano, a anterior Totó Paes.

Interessante é que Cândido Mariano é conhecido no mundo todo como Rondon, menos em Cuiabá.

Hoje só os antigos cuiabanos conhecem a Rua Candido Mariano, sendo atualmente chamada de rua das Óticas, pelo elevado número de lojas que vendem lentes e armações de óculos.

Cândido Mariano recebeu outra “homenagem torta” na região da Grande Cuiabá.

Em 1964 foi inaugurada a estação de passageiros com pista de pouso que abrigava diversas companhias de aviação comercial com o nome da 1ª Dama Maria Thereza Goulart.

Com a revolução de 31 de março de 1964 seu nome foi substituído por Aeroporto Internacional de Várzea Grande e Cuiabá – Marechal Rondon.

Rondon era uma unanimidade nacional e seu nome foi bem aceito.

Quando Reitor da UFMT indiquei o nome de Rondon para o Prêmio Nobel da Paz.

Infelizmente não foi aceito.

A primeira obra inaugurada na nossa Cidade Universitária do Coxipó da Ponte foi o Museu Rondon.

Todos o chamavam de Museu do Índio.

Na entrada principal do Campus Universitário existe uma escultura do Rondon.

E a nossa universidade é a universidade da selva!

Hoje [5 de maio] é o Dia Nacional das Comunicações, aniversário do Rondon.

Gabriel Novis Neves é médico e ex-reitor da UFMT



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