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Cultura
Quarta - 19 de Fevereiro de 2014 às 08:00
Por: acadêmicos do curso de administração da Anhanguera

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 José Padilha declarou na manhã desta terça-feira (18), em entrevista coletiva num hotel na Zona Sul do Rio, que ignorou a expectativa dos fãs ao dirigir a nova versão de "RoboCop". O filme estreia nesta sexta-feira (21), em 160 salas em todo o país. Além do diretor, conhecido por "Tropa de elite" (2007), também estavam presentes os atores Michael Keaton e Joel Kinnaman, intérprete do papel principal.

"Eu ignorei as expectativa dos fãs. Primeiro, porque não existe uma massa uniforme de fãs, cada um tem uma expectativa. Se eu fosse pensar, estava liquidado, que fã é esse?", afirmou o diretor, acrescentando que adora "RoboCop" e é fã do original, lançado em 1987. "Mas eu fui o mais fiel possível ao conceito básico do que é o RoboCop. A gente conseguiu fazer um filme diferente do que é um americano, mas que também é político."

Joel Kinnaman, na infância, também era fã do personagem. Contou que assistiu ao longa dos anos 1980 e a suas sequências dezenas de vezes. E admitiu ainda ter utilizado algumas referências do ator Peter Weller, intérprete de RoboCop na primeira versão.

"Eu provalmente assisti umas 20, 25 vezes. Minha mãe é terapeuta e chegou a me dar uma olhada, porque eu tinha alguma espécie de psicose de RoboCop", declarou, demonstrando bom humor. "Então, eu estava bem preparado. Mas é claro que havia muitas diferenças para o de 1987, como a forma que o RoboCop se movimentaria. Mantive alguns detalhes do Peter, alguns vieram a minha cabeça. Eu vim do teatro, então, atuar um personagem que já foi de outro não é uma novidade pra mim."

Atores só fizeram filme por causa de Padilha

No entanto, foi a personalidade de Padilha e as obras realizadas por ele como Tropa de Elite 1 e 2 e Ônibus 174 que motivaram os atores Samuel L. Jackson, Joel Kinnaman e Michael Keaton a participar do longa, segundo Keaton e Kinnaman ressaltaram na entrevista.

"Eu realmente nunca vi o Robocop, vi algumas partes. Mas também não assisto nem os meus filmes. Quando eu soube que José iria dirigir, pensei: 'quero trabalhar com aquele cara'. Ele é incapaz de fazer algo comum. Acho que está no DNA. Até se ele fizesse 'Debi e Lóide' você sairia do cinema pensando que é até interessante", afirmou Keaton. "Existem muito remakes ruins por aí. Mas quando tem um diretor com o calibre do José, foi uma escolha óbvia. Você vê nos filmes dele que há pontos políticos e pontos de vista sociais. Ele sempre tem uma ideia original. E eu fiquei surpreso que ele sabia quem eu era. Quando soube do conceito do Robocop, eu fiquei entusiasmado", afirmou Kinnaman, que acrescentou que pensou em recusar o convite antes de saber que o diretor iria dirigi-lo.

Entrevista em português e bom humor

A coletiva, que foi toda em português, teve clima bem humorado. Padilha fez questão de falar o seu idioma natural. "Vou falar em português, não vou falar em inglês no meu país não", disse. Keaton entrou no clima e brincou que "falaria em sueco". De acordo com o diretor, o idioma também predominou no set de filmagens.

"Não estou desesperado pra fazer um filme em Hollywood. Vou fazer um filme que me interesse, e disse aos estúdio que 'preciso ter meu fotógrafo, meu montador e meu compositor'. Eu aprendi a fazer um filme de um jeito, com uma sopa brasileira. É um filme brasileiro", disse. "A gente combinava tudo em português e eu dizia 'vamos gravar' e quando vi, tinha mais de 100 pessoas olhando pra gente", disse Padilha ao risos. Kinnaman também entrou no clima de descontração e afirmou:"como aqui nessa entrevista".

Bons resultados

O diretor afirmou ainda que espera bons resultados de bilheteria no filme. De acordo com ele, até esta segunda-feira (17), o filme estava em primeiro lugar em 15 países. "Vai dar um bom resultado para o estúdio. Vou ficar calmo, esperando o que vai acontecer. Os caras investem, o incentivo fiscal nos Estados Unidos para um filme multinacional é de cerca de R$ 33 milhões".

Padilha acrescentou, no entanto, que não tem expectativas sobre um segundo filme. O primeiro Robocop, que teve estreia em 1987, teve duas sequências, uma em 1990 e a última em 1993. "Eu não tenho obrigação de fazer um segundo filme. Não pensei em uma franquia, problema do próximo diretor. A gente tinha uma ideia, daqui a 20 ou 30 teremos uma tecnologia para substituir homens por máquinas. Isso vai acontecer e o Brasil vai ter que decidir se no exercito vai ter robôs ou não. Por um lado fala sobre substituir soldados por robôs, por outro, tenho um personagem que tem um dilema. Ele acorda e percebe que virou um robô", explicou. O diretor acrescentou ainda que os roteiristas originais da obra assistiram ao filme e "adoraram". "Eles ficaram meus amigos, entenderam o que a gente estava fazendo", concluiu.






Fonte: G1

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