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Esportes
Sexta - 29 de Julho de 2016 às 10:17
Por: Gabriele Schimanoski/RD NEWS

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Clemilda Fernandes, de São Félix do Araguaia, é referência no ciclismo e disputa a 3ª olímpiada
Clemilda Fernandes, de São Félix do Araguaia, é referência no ciclismo e disputa a 3ª olímpiada

Um dos principais nomes do ciclismo brasileiro é mato-grossense. Trata-se da atleta olímpica Clemilda Fernandes. Ela nasceu no pequeno município de Serra Nova Dourada, mas foi registrada em São Félix do Araguaia (a mil km de Cuiabá). De família humildade, com doze irmãos e outros dois de criação, sua vida foi cheia de dificuldades e reviravoltas, antes de ocupar os primeiros lugares no ranking brasileiro de ciclismo de estrada.

O sorriso que a atleta carrega no rosto esconde o fato de ter sido rejeitada pelo pai por “ter nascido mulher”. Ele tentou doá-la para uma conhecida da família, mas sua mãe, dona Maria, não permitiu. Tamanha afronta, na época, culminou com o divórcio dos pais. Em entrevista para o site Globo Esporte, ela revela que sozinha e com tantos filhos, a mãe viu na capital goiana uma opção para tentar seguir a vida.

Dona Maria aprendeu a produzir rodos para limpeza e montou uma pequena empresa. “Ela passava a madrugada trabalhando e, de manhã, fazia café para os filhos irem para a escola. Nunca se casou e, devido ao seu esforço, não deixou faltar comida para os seus 14 filhos. Depois da escola, saímos às ruas para vender os produtos”, lembra.

O ciclismo entrou na vida dela por acaso, quando um dos seus irmãos se interessou por um passeio ciclístico. Logo na primeira participação, o irmão terminou a prova em quinto lugar e chamou atenção dos competidores. Depois, convidou a irmã Janildes a praticar o esporte também. Dois anos se passaram e Janildes recebeu um convite da Confederação Brasileira de Ciclismo para fazer um teste de três meses na França.

“Ao invés dos três meses, minha irmã acabou ficando nove anos pela Europa e isso mudou a realidade da família. Hoje ,dos 14 irmãos, 12 são ciclistas. Temos conquistas importantes que levaram o nome da família Fernandes a se tornar uma referência no ciclismo mundial”, comemora.

Aos 37 anos, Clemilda traz no seu currículo muitos títulos, foi Bronze no Pan de 2007 no Rio, prata no Pan de ciclismo de Mar del Plata e campeã da Volta de El Salvador, em 2012. É tricampeã da Copa América, já participou de pelo menos oito campeonatos mundiais e esteve presente nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 e em Londres 2012.

Além dos títulos, a ciclista também carrega marcas de um grave acidente que sofreu em 2013. Foi atropelada por um caminhão e arremessada para longe. O motorista fugiu sem prestar socorro. A atleta passou seis dias na UTI, teve fraturas, perfurou o pulmão, fez um corte profundo na cabeça e escoriações. No início deste ano, a cena se repetiu. Por sorte, com menor intensidade, teve ferimentos apenas nas mãos e pernas. “O brasileiro anda muito nervoso no trânsito. Eu poderia estar morta. Rezo todos os dias antes de sair de casa”, disse a atleta em entrevista ao site MTB.

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Bruna Beatriz está focada em conquistar o inédito ouro olímpico

Em sua terceira olimpíada, ela compõe a equipe de ciclismo de estrada ao lado de outros três atletas. Em suas redes sociais, ela não esconde a alegria de participar de uma olimpíada em seu país. Diz estar confiante, feliz, e agradece a torcida brasileira que esteve presente nos momentos de alegria e tristeza. “Olhar para trás e ver tudo o que já enfrentei, é muita emoção. Vim de família humilde, eu vendia rodo e agora estou aqui. Só com muito esforço, disciplina e determinação”.

Outra revelação mato-grossense na olimpíada é a capitã da Seleção Feminina de Futebol, Bruna Beatriz Soares. Nascida em Cuiabá, mas radicada em Campo Grande, ela é a zagueira permanente do time canarinho. O gosto pelo esporte começou quando ainda era criança e jogava com os irmãos. Aos 13 anos, passou a vestir a camisa do Napoli, time de bairro de Cuiabá. Mas, por imposição da mãe, a futura estrela olímpica só pode se dedicar 100% ao futebol após concluir a faculdade de Fisioterapia. “Era uma imposição dela, então achei melhor obedecer”, brinca.

Revelada pelo Comercial (MS), Bruna não demorou muito para chegar a Seleção e ganhar o respeito das jogadoras. Segundo ela, seus pontos fontes são: liderança, paciência, disciplina e a paixão pelo que faz.

A ex-treinadora da atleta pelo Comercial, Romilda Campos, em entrevista para o site Globo Esporte, lembra que Bruna tem uma disciplina “fora de série”. “É uma menina responsável, simples, tem os pés no chão. Ela nunca mudou o jeito de ser, mesmo estando na seleção hoje. É a mesma pessoa que conheci há dez anos. Vamos torcer para ela conquistar a medalha olímpica”.

Mas a sua convocação só foi possível após ter investido pesado na recuperação física e ganhar a confiança da comissão técnica. Ela passou oito meses afastada, após lesionar o joelho faltando apenas um mês para a estreia do Pan em Toronto, no Canadá. “Tenho novamente o privilégio de fazer parte desse grupo que terá a honra de representar o país, dentro de casa, na competição mais especial que existe. Depois de um 2015 de lágrimas, Deus está me dando de presente um 2016 de bênçãos e um recomeço maravilhoso”.

O objetivo do Brasil é conquistar a tão sonhada medalha de ouro. Até o momento a Seleção tem duas de prata. A motivação pela conquista em casa vem de longe. Desde a eliminação de Londres, em 2012, na qual Bruna estava presente. O foco era assegurar a vitória na terra natal, trazendo a inédita medalha de ouro.

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Ana Sátila, que nasceu em Iturama, ganha destaque na canoagem em Privamera do Leste

Já a grande promessa da canoagem nestes jogos, a atleta Ana Sátila, de apenas 20 anos, também passou por terras mato-grossenses. Ela nasceu em Iturama (MG), mas começou treinando natação aos nove, com pai Claudio Vargas, em Primavera do Leste. Foi durante os treinos, no interior do Estado que um técnico de canoagem a conheceu e fez o convite para praticar o esporte.

Com apenas dez anos, ela largou as piscinas e passou a se dedicar à canoagem. Dois anos depois, já integrava a Seleção Brasileira. Não demorou e foi campeã mundial júnior e vice-campeã do Mundo na categoria Sub-23. No ano passado, a canoísta trouxe do Pan a tão sonhada medalha de ouro e outra de prata, e ficou entre as dez melhores do mundo.

Das promessas

Entre os nomes dos atletas mato-grossenses que ficaram de fora dos Jogos Olímpicos estão o judoca Davi Moura e o nadador Felipe Lima. O primeiro disputou o tempo todo com Rafael Silva “Baby” pela vaga entre os pesos pesados do judô, mas acabou ficando de fora.

Felipe Lima não conseguiu os índices para a competição. A última oportunidade para alcançar o índice necessário foi em abril durante o Troféu Maria Lenk. Além de Felipe, também ficaram de fora Cesar Cielo e Nicholas.





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