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Educação
Quinta - 21 de Julho de 2016 às 15:00
Por: Veja.com

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(iStockphoto/Getty Images)
A classe é entendida como um só aluno – todos os estudantes devem compreender os conceitos de forma unitária
A classe é entendida como um só aluno – todos os estudantes devem compreender os conceitos de forma unitária

Mesmo que o Brasil esteja entre um dos piores do mundo no ensino da matemática, vimos alguns jovens prodígios colocarem o país entre os quinze melhores do mundo na Olimpíada Internacional de Matemática, que aconteceu na última semana. Ainda assim, estamos muito longe de uma das grandes potências mundiais da temida disciplina: Xangai, na China. A técnica aprendida pelos professores de matemática chineses está se espalhando em alguns países da Europa. Mas o que ela tem de tão especial?

Em um levantamento realizado pelo site do britânico BBC, especialistas e críticos comentam as principais características dessa tendência de ensino que deve ser aplicada em metade das escolas do Reino Unido. De acordo com os especialistas, os estudantes de ensino fundamental que aprendem no “sistema de ensino de Xangai” têm rendimento escolar superior aos demais. Entre alguns problemas relatados pelos críticos está a disposição das carteiras dos alunos: o modelo tradicional apresentado nas classes de Xangai pode desencorajar os alunos a compartilhar seus conhecimentos – um dos pontos principais de aprendizagem no modelo chinês. Confira abaixo os segredos da técnica:

O conceito – Para garantir o melhor aprendizado de seus alunos, os professores do método de Xangai dedicam uma aula inteira a cada conteúdo da matemática (como resolver equações, ou adições básicas). Para garantir que todos os alunos aprendam o conceito “do dia”, nenhum novo conteúdo é iniciado enquanto os alunos ainda tenham dúvidas – para seguir em frente, todos precisam ter compreendido a teoria. “Em muitas partes do mundo, acredita-se que uma boa aula é aquela que cobre boa parte da ementa do dia, ou seja, quanto mais se avança, melhor. Em Xangai, o objetivo é assegurar que um conceito seja totalmente aprendido e não seja ensinado de novo no futuro”, afirmou Mark Boylan, especialista em educação da Universidade Sheffield Hallam, no Reino Unido, à BBC.

Outro método utilizado pelos professores é ensinar a linguagem da matemática; assim, os pupilos devem indicar em suas respostas não só como chegaram ao número, mas como fizeram isso em frases completas, explicando o conceito que utilizaram. Alguns especialistas acreditam que o método pode ser rigoroso demais e voltado apenas para a preparação de provas e exames internacionais. Segundo críticos, o método não inclui a matemática em situações diárias dos estudantes, o que compromete ainda mais a aprendizagem.

Unidade – Para garantir que o ensino não deixe lacunas futuras, a classe é entendida como um só aluno – todos os estudantes devem compreender os conceitos de forma unitária. Os alunos que possuem mais facilidade em matemática, portanto, são encorajados a compartilhar o que aprenderam com os colegas, garantindo conhecimento mais igualitário dentro de classe. Críticos afirmam que esse método de reduzir o ritmo da aula mesmo que apenas um aluno apresente dificuldades pode fazer com que os estudantes mais habilidosos sintam-se entediados, desestimulando-os.

Repetição – A repetição é outro dos ingredientes utilizados pelos melhores professores de matemática do mundo. A partir dos cinco anos, os alunos praticam exercícios repetidamente para assimilar o conceito que está sendo ensinado. Os professores fazem perguntas em voz alta e um aluno responde; em seguida, os outros devem repetir a resposta em voz alta, de forma exaustiva. Para especialistas ouvidos pela BBC, essa técnica auxilia no ensino não só da teoria, mas do vocabulário matemático (uma das grandes preocupações do método).

Desenvolvimento profissional – Para garantir que o aluno aprenda de forma exemplar, o desenvolvimento dos professores também é um dos pontos principais do método de aprendizagem de Xangai. Segundo uma avaliação do método, realizada pela Universidade Sheffield Hallam, os professores dão apenas duas aulas de 40 minutos e dedicam-se durante o restante do dia para o próprio desenvolvimento profissional. Além de observar outras aulas, o professor de matemática em Xangai estuda durante cinco anos como lecionar matemática a alunos do ensino fundamental.





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